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Para UE, acordo só sai no último dia de encontro
ROBERTO DIAS
EM BARCELONA
Se houver algum acordo global para o clima, é bem possível
que ele só seja fechado na última noite da Conferência de Copenhague (18 de dezembro),
afirmou ontem o negociador-chefe da Comissão Europeia, o
alemão Artur Runge-Metzger.
A previsão mostra a dificuldade em conseguir avanço significativo nas negociações em
Barcelona, na última reunião
preparatória para Copenhague,
em um mês. Nem o boicote de
um dia dos países africanos às
sessões mudou o enredo de um
jogo em que, após vários encontros em 2009, pouca gente
mostra suas cartas.
"Alguns países falaram sobre
metas de redução [de emissões], muito poucos falaram sobre contribuição financeira. É
difícil dizer para onde vamos",
afirmou Runge-Metzger.
O tom pouco otimista encontrou eco. Para Yvo de Boer, chefe da ONU para o clima, nada
mudará se os países ricos não
melhorarem suas propostas.
O primeiro-ministro sueco e
atual presidente da União Europeia (UE), Fredrik Reinfeldt,
disse que "simplesmente não é
possível" obter um acordo que
possa obrigar os países signatários a cumpri-lo. É uma menção à improbabilidade de o presidente Barack Obama conseguir que o Congresso americano aprove um tratado que carregue obrigações desse tipo.
No meio dos lamentos de ontem em Barcelona, havia críticas ao Brasil, que na véspera
frustrara ambientalistas ao não
apresentar uma meta pública
de redução das suas emissões.
O país prometeu anunciá-la na
semana que vem. Há discussão
no governo sobre como os números serão apresentados.
"Os maiores países em desenvolvimento estão crescendo, e as suas emissões também", afirmou o sueco Anders
Tureson, negociador da UE.
"No futuro, eles dominarão as
emissões. A decisão deles vai
decidir o destino do mundo".
O objetivo brasileiro em Copenhague é conseguir que os
países desenvolvidos cortem,
até 2020, suas emissões para
um nível entre 25% e 40% abaixo do de 1990. Já os países em
desenvolvimento devem trabalhar com um "um desvio significativo do crescimento normal
de suas emissões", diz o negociador-chefe do Brasil em Barcelona, Luiz Alberto Figueiredo Machado, do Itamaraty.
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