São Paulo, quinta-feira, 06 de janeiro de 2011

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USP compra novo navio para pesquisa

Antiga embarcação já não tinha condições de uso e sofrera até acidente na Antártida; barco custará R$ 15 mi

Depois de ser usado por instituições dos EUA, ele virá para o Brasil no segundo semestre; pré- sal será alvo de estudos

FÁBIO TAKAHASHI
DE SÃO PAULO

A USP e a Fapesp finalizaram no mês passado a compra de um novo navio oceanográfico para pesquisas.
Segundo a universidade, sua antiga embarcação (Prof. W. Besnard) já estava sem condições de utilização.
Com quatro vezes mais autonomia que o antecessor, o novo navio permitirá a ampliação das pesquisas, diz o diretor do Instituto Oceanográfico da USP, Michel Michaelovitch de Mahiques.
Um tema que poderá passar a ser investigado é o pré-sal. Levantamento da universidade aponta que nenhuma embarcação civil, sem fins comerciais, consegue hoje fazer esse tipo de pesquisa.
Além disso, a embarcação conseguirá fazer a travessia do Atlântico Sul, pois pode passar 60 dias em alto-mar.
"Essa é uma região muito pouco conhecida. Agora, conseguiremos fazer pesquisas melhores", diz o diretor do Instituto Oceanográfico.
A embarcação, a ser batizada de Alpha Crucis (estrela que representa São Paulo na bandeira do Brasil), custará US$ 8,6 milhões (cerca de R$ 15 milhões), valor custeado pela USP e pela Fapesp -ambas as instituições recebem recursos com base na arrecadação estadual, que tem crescido nos últimos anos.
O navio pertencia à Universidade do Havaí (EUA) e, recentemente, passou para a Noaa (Agência Nacional de Oceanos e Atmosfera). Seu nome atual é Moana Wave.

REFORMA
Antes de vir para o Brasil, no segundo semestre, a embarcação será reformada e receberá novos equipamentos.
Uma vantagem em relação à antecessora é a possibilidade de ficar parada em alto-mar, por meio do sistema de posicionamento dinâmico. A antiga se movimentava, mesmo ancorada.
O novo navio também terá aparelhos mais sofisticados para identificação e mensuração de cardumes, para medição de correntes e sondagem do fundo marinho. Camarotes e laboratórios também serão modernizados.
A manutenção ficará por conta da USP. Pesquisadores de outras instituições também poderão utilizá-lo, desde que tenham o projeto de pesquisa aprovado.

MUSEU
A antiga embarcação da USP deverá ser incorporada a um futuro museu marítimo, a ser construído em Santos.
"Logo que assumi, a situação do navio foi um dos primeiros problemas que me apresentaram", afirma o reitor da USP, João Grandino Rodas, que tomou posse no início do ano passado.
O Prof. W. Besnard sofreu um incêndio em 2008, o que danificou seu sistema de navegação. Além disso, há cerca de 20 anos, a embarcação não recebeu a manutenção adequada, o que diminuiu sua vida útil, segundo o Instituto Oceanográfico da USP.
Em 1988, em atividade na Antártida, o navio chegou a ficar à deriva, quando quebrou seu eixo da hélice ao atravessar a passagem de Drake, o que encerrou as atividades na região.


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