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ASTRONOMIA
Estudo é de americanos
Disco de poeira criaria buraco negro atrasado
SALVADOR NOGUEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Astrônomos trabalhando nos
Estados Unidos observaram um
disco de poeira ao redor de um
pulsar. Se não impressiona muito,
vale lembrar que o fenômeno pode explicar coisas tão distintas
quanto a formação de planetas ao
redor desses astros e o surgimento de buracos negros "atrasados",
fruto de ação em "dois tempos".
Começando pelo começo: o que
é um pulsar? Trata-se do cadáver
de uma grande estrela que explodiu e entrou em colapso, uma supernova. Os modelos que explicam como isso acontece sugeriam
que uma certa quantidade de material se aglutinava ao redor do
pulsar como um disco, antes de
despencar novamente para dentro. Mas ninguém jamais havia
visto o tal disco -até a detecção
de agora, feita com o Telescópio
Espacial Spitzer, da Nasa.
Quando esse material cai de volta, pode ajudar a acumular matéria suficiente no cadáver estelar
para que ele se torne um buraco
negro -objeto tão denso que
nem a luz consegue escapar de
sua atração gravitacional. Seria
uma fabricação de buraco negro
em dois tempos.
Para Cássio Leandro Barbosa,
astrônomo da Univap (Universidade do Vale do Paraíba) que não
participou do estudo, a observação é um belo avanço para a teoria
dos discos que caem de volta no
objeto central, mas não tanto para
explicar como pelo menos um
pulsar já identificado possui planetas ao seu redor -fato detectado pelos astrônomos em 1994 e
que os modelos não previam.
O estudo foi publicado hoje na
revista britânica "Nature".
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