São Paulo, quinta-feira, 06 de abril de 2006

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ASTRONOMIA

Estudo é de americanos

Disco de poeira criaria buraco negro atrasado

SALVADOR NOGUEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Astrônomos trabalhando nos Estados Unidos observaram um disco de poeira ao redor de um pulsar. Se não impressiona muito, vale lembrar que o fenômeno pode explicar coisas tão distintas quanto a formação de planetas ao redor desses astros e o surgimento de buracos negros "atrasados", fruto de ação em "dois tempos".
Começando pelo começo: o que é um pulsar? Trata-se do cadáver de uma grande estrela que explodiu e entrou em colapso, uma supernova. Os modelos que explicam como isso acontece sugeriam que uma certa quantidade de material se aglutinava ao redor do pulsar como um disco, antes de despencar novamente para dentro. Mas ninguém jamais havia visto o tal disco -até a detecção de agora, feita com o Telescópio Espacial Spitzer, da Nasa.
Quando esse material cai de volta, pode ajudar a acumular matéria suficiente no cadáver estelar para que ele se torne um buraco negro -objeto tão denso que nem a luz consegue escapar de sua atração gravitacional. Seria uma fabricação de buraco negro em dois tempos.
Para Cássio Leandro Barbosa, astrônomo da Univap (Universidade do Vale do Paraíba) que não participou do estudo, a observação é um belo avanço para a teoria dos discos que caem de volta no objeto central, mas não tanto para explicar como pelo menos um pulsar já identificado possui planetas ao seu redor -fato detectado pelos astrônomos em 1994 e que os modelos não previam.
O estudo foi publicado hoje na revista britânica "Nature".


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