São Paulo, segunda-feira, 06 de junho de 2011

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Computador feito de DNA leva dez horas para fazer raiz de 15

Cientistas da Califórnia criaram o circuito mais complexo empregando essa molécula

REINALDO JOSÉ LOPES
EDITOR DE CIÊNCIA

Até os matemáticos da velha Babilônia iam achar de uma lerdeza completa um aparelho que demorasse dez horas só para calcular a raiz quadrada do número 15. Trata-se, porém, de um grande avanço no ramo da computação usando o DNA.
Para ser justo, o avanço mais importante não foi na capacidade computacional, mas no circuito bioquímico montado pelos cientistas do Caltech (Instituto de Tecnologia da Califórnia, mesmo lar dos fictícios nerds da série de TV "Big Bang Theory).
Em artigo na última edição da revista "Science", eles descrevem uma forma de computação por DNA envolvendo mais de 70 moléculas diferentes da substância-chave da hereditariedade.
Além de ser o maior circuito de DNA já montado, ele também é escalável, ou seja, seu design permite que fique ainda maior e realize, em tese, operações mais complexas. A ideia é que, conforme o princípio for sendo refinado, ele ajude a diagnosticar ou até tratar doenças a partir de alterações moleculares.
Lulu Qian e Erik Winfree, do Caltech, usaram como princípio fitas de DNA que podem se conectar ou se desconectar, dependendo da compatibilidade entre suas "letras" químicas (das quatro que compõem o DNA, A só se liga a T e C só se liga a G, de forma bastante específica).
Esses movimentos de "liga" e "desliga" equivalem, grosso modo, à passagem ou não passagem de corrente elétrica típica dos chips de computadores comuns.


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