DO "NEW YORK TIMES"

Um medicamento experimental testado num pequeno grupo de pacientes norte-americanos com doenças cardíacas conseguiu reduzir o que pode equivaler a anos de placas causadas pelo colesterol em artérias coronárias.
Os resultados, publicados anteontem na revista científica "Journal of the American Medical Association" (jama.ama-assn.org), foram conseguidos com apenas 47 pessoas que haviam sofrido ataques cardíacos. Eles receberam injeções de uma substância que imita a HDL (lipoproteína de alta densidade), a substância que remove o colesterol das artérias, ou uma simples solução salina, usada como controle.
Depois de cinco injeções semanais, os que receberam a droga tiveram uma diminuição de 4,2% no volume de placas em suas artérias coronárias, enquanto os que receberam a solução salina tiveram um pequeno aumento dele.
Em comparação, de acordo com o coordenador do estudo, Steve Nissen, cardiologista da Cleveland Clinic Foundation, no Estado americano de Ohio, as mais poderosas estatinas, que diminuem os níveis das LDL (lipoproteínas de baixa densidade), que levam colesterol para as artérias coronárias, levam anos para ter resultados mais modestos que esse.
"Nunca alguém viu algo parecido acontecer nesse intervalo de tempo", diz Bryan Brewer, chefe da seção de doenças moleculares do Instituto Nacional do Coração, Pulmão e Sangue. "O endurecimento das artérias leva anos e anos para aparecer. Que a terapia fosse funcionar em cinco semanas é algo que ninguém esperava."
Mas todos os pesquisadores pediram cautela. Foi um único estudo pequeno, enfatizaram. E, mesmo que seus resultados sejam confirmados, será preciso mostrar que a redução da placa causada pelo medicamento corresponde a uma redução no risco de ataques cardíacos.
(GINA KOLATA)


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