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ESPAÇO
Área quilombola "inviabiliza" programa espacial, diz Amaral
DA REDAÇÃO
O presidente da empresa
binacional de lançamento de
satélites criada pelo Brasil e
pela Ucrânia disse que o reconhecimento do território
quilombola da Alcântara, no
Maranhão, inviabiliza o programa espacial brasileiro.
Para Roberto Amaral, ex-ministro da Ciência e Tecnologia que preside a ACS (Alcântara Cyclone Space), o
programa binacional de lançar os foguetes ucranianos
Cyclone-4 de Alcântara a
partir de 2010 não será comprometido. A ACS já havia
feito um acordo com a Agência Espacial Brasileira para
fazer a plataforma do Cyclone dentro do CLA (Centro de
Lançamentos de Alcântara),
saindo da área quilombola de
1.300 hectares onde planejava fazer sua base.
"Mas o projeto de expansão do Centro Espacial de Alcântara fica inviável", afirmou Amaral à Folha.
Um edital do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) publicado anteontem no "Diário Oficial da União" reconhece como terra quilombola uma área de 78 mil hectares na região de Alcântara e
destina 9.300 hectares ao
centro espacial.
O local é um dos melhores
do mundo para lançar foguetes, devido à proximidade do
equador (o que economiza
combustível), e é palco de
disputa entre a ACS e a AEB
(Agência Espacial Brasileira), de um lado, e os quilombolas, o Incra e o Ministério
Público, de outro. Desde
2003 o Ministério Público
tentava na Justiça a regularização da área quilombola.
Segundo Amaral, o plano
de expansão do CLA incluía
três sítios de lançamento,
campi universitários e laboratórios, que não mais poderão ser feitos por estarem em
território quilombola. "A
médio prazo, a alternativa é
sair de Alcântara", disse
Amaral, para quem a AEB
"tem a obrigação de recorrer" da decisão do Incra.
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