São Paulo, quinta-feira, 07 de maio de 2009

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Pesquisas complicam a Pré-História

DA REDAÇÃO

Os novos estudos sobre o Homo floresiensis podem resolver, por um lado, a questão da legitimidade da espécie. Por outro, criam novo mistério: o da paternidade do "hobbit" -com o potencial de bagunçar mais ainda a história evolutiva do homem.
Até agora, achava-se que o H. floresiensis fosse descendente de um ramo do Homo erectus, primeiro ancestral humano a atingir a Ásia, há mais de 1 milhão de anos.
Essa população teria migrado para a pequena ilha indonésia de Flores e ficado isolada desde 800 mil anos atrás, encolhendo gradualmente até divergir numa espécie anã.
A série de novos estudos, porém, mostra que há outro antecessor possível: o Homo habilis, ancestral africano do erectus.
O pé do "hobbit", por exemplo, é bem mais primitivo do que o do H. erectus. Este, surgido há 1,5 milhão de anos, já era um pé humano "moderno", arqueado como o nosso, e não plantado no chão.
"A análise do crânio aponta para semelhanças com o erectus e com o habilis, e o pós-crânio [o corpo] é muito mais primitivo que o do erectus", disse William Jungers à Folha. Para ele, é improvável que todas essas reversões evolutivas sejam produto da redução de tamanho. Portanto, o "hobbit" seria descendente do H. habilis.
O problema é que não existe registro de nenhum H. habilis fora da África até hoje. Para Daniel Lieberman, de Harvard, só há um jeito de tirar a teima: achar mais fósseis. "Preparem suas pás!"


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