São Paulo, domingo, 07 de junho de 2009

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Espécie tem senso de justiça e compaixão

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Não é apenas a noção espacial aguçada que torna os macacos-pregos especiais. Estudos anteriores apontavam também que eles usam ferramentas, têm senso de justiça e sentem compaixão. São os únicos macacos das Américas que agem assim.
Há dois anos, um grupo de pesquisadores mostrou que os animais usam pedras como martelo e rochas e troncos como bigorna. Eles foram vistos até usando varetas para desentocar lagartos.
Em outro estudo, cientistas ensinavam os bichos a trocar pedrinhas por comida.
Entretanto, quando dois macacos-pregos ofereciam pedrinhas aos pesquisadores mas era dada mais comida a um do que a outro, o prejudicado simplesmente entrava em greve. Ele saia do jogo.
Para os autores do trabalho, essa foi uma demonstração de que eles, como nós, acreditam que pagamentos diferentes para trabalhos iguais é injustiça.
Um terceiro estudo oferecia aos bichos duas opções: ganhar comida só para si ou também para outro macaco-prego ao lado.
Eles se mostraram solidários. Se o colega era do seu grupo (era, digamos, um "conhecido"), ocorria uma relação ainda maior de empatia.
Humanos e chimpanzés, os dois primatas considerados mais inteligentes, se separaram evolutivamente há aproximadamente 6 milhões de anos, dizem estudos.
Os macacos-pregos são resultado de uma linhagem que se separou bem antes, há 40 milhões de anos.
Não era de se esperar, portanto, que eles apresentassem características relacionadas à inteligência. (RM)


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