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outro lado
Asfaltamento garante papel dos governos
DA REPORTAGEM LOCAL
"É impossível existir governança, controle [sobre
a região], se você não tiver
acesso a ela", afirma Jair
Sarmento, coordenador-geral de meio ambiente do
Dnit. O órgão governamental responsável pela
reconstrução da BR-319 é
ligado ao Ministério dos
Transportes. O ministro,
Alfredo Nascimento, é do
Amazonas e considera a
Porto Velho-Manaus ponto de honra de sua gestão.
De acordo com o representante do governo federal, está sendo tomado
"um cuidado extremo" para evitar que a famosa espinha de peixe (forma de
ocupação por estradas secundárias) seja formada
na região da BR-319.
"Apenas neste ano foram criados aproximadamente 90 mil quilômetros
quadrados de unidades de
conservação, que formam
um cinturão ao redor da
rodovia", diz Sarmento.
A estrada, além de servir
para levar técnicos ambientais e a Polícia Federal
para a região, é ainda estratégica para o governo.
"Existe algo maior nessa
obra. É a integração não
apenas do coração da
Amazônia com o resto do
Brasil, como o oposto. A
integração do Brasil com a
Amazônia. Não passa pela
cabeça dos moradores daquela área ficarem isolados do resto do país."
Apesar de reconhecer
que existe um núcleo duro
de resistência à rodovia,
formado por ONGs brasileiras e internacionais,
Sarmento diz que as Casas
legislativas das regiões envolvidas com a obra estão
todas favoráveis ao asfaltamento. "Na região em
particular existe uma unanimidade", afirma.
Sobre as alternativas de
fortalecer o transporte entre as duas capitais amazônicas via água ou ar, Sarmento também tem uma
explicação.
"A ligação hidroviária é
muito precária. O transporte aéreo tem o limitante do custo", afirma.
Sobre a ferrovia, o dirigente também diz que não
adianta. "Não existe nenhum projeto sobre isso."
De acordo com o ministro do Meio Ambiente,
Carlos Minc, nada será licenciado se não existir
uma co-responsabilização
de todas as partes envolvidas. "Se não tiver esse estudo com as medidas, os
custos, assinado pelos governadores, ministros e
pelas universidades, não
tem papo".
(EG)
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