São Paulo, domingo, 07 de dezembro de 2008

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outro lado

Asfaltamento garante papel dos governos

DA REPORTAGEM LOCAL

"É impossível existir governança, controle [sobre a região], se você não tiver acesso a ela", afirma Jair Sarmento, coordenador-geral de meio ambiente do Dnit. O órgão governamental responsável pela reconstrução da BR-319 é ligado ao Ministério dos Transportes. O ministro, Alfredo Nascimento, é do Amazonas e considera a Porto Velho-Manaus ponto de honra de sua gestão.
De acordo com o representante do governo federal, está sendo tomado "um cuidado extremo" para evitar que a famosa espinha de peixe (forma de ocupação por estradas secundárias) seja formada na região da BR-319.
"Apenas neste ano foram criados aproximadamente 90 mil quilômetros quadrados de unidades de conservação, que formam um cinturão ao redor da rodovia", diz Sarmento.
A estrada, além de servir para levar técnicos ambientais e a Polícia Federal para a região, é ainda estratégica para o governo.
"Existe algo maior nessa obra. É a integração não apenas do coração da Amazônia com o resto do Brasil, como o oposto. A integração do Brasil com a Amazônia. Não passa pela cabeça dos moradores daquela área ficarem isolados do resto do país."
Apesar de reconhecer que existe um núcleo duro de resistência à rodovia, formado por ONGs brasileiras e internacionais, Sarmento diz que as Casas legislativas das regiões envolvidas com a obra estão todas favoráveis ao asfaltamento. "Na região em particular existe uma unanimidade", afirma.
Sobre as alternativas de fortalecer o transporte entre as duas capitais amazônicas via água ou ar, Sarmento também tem uma explicação.
"A ligação hidroviária é muito precária. O transporte aéreo tem o limitante do custo", afirma.
Sobre a ferrovia, o dirigente também diz que não adianta. "Não existe nenhum projeto sobre isso."
De acordo com o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, nada será licenciado se não existir uma co-responsabilização de todas as partes envolvidas. "Se não tiver esse estudo com as medidas, os custos, assinado pelos governadores, ministros e pelas universidades, não tem papo". (EG)


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