|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Inpe vai mapear recuperação de floresta pós-corte na Amazônia
DA REDAÇÃO
Apesar de ser o único país
com florestas tropicais que monitora o desmatamento, o Brasil ainda não sabe realmente
quanto existe de selva em pé na
Amazônia. Não há uma estimativa confiável de quanto existe
de regeneração na região.
"Nós temos dois chutes",
brinca Dalton Valeriano, do Inpe. Ele se refere a estimativas
preliminares que apontam a
existência de 160 mil quilômetros quadrados de mata secundária, em 665 mil quilômetros
quadrados desmatados.
A incerteza sobre o número é
tão grande quanto a importância dele. Florestas secundárias,
afinal, absorvem gás carbônico
(o principal gás de efeito estufa) ao crescer. E elas crescem
muito. "Em cinco anos você anda embaixo delas", diz o cientista. Saber quanto realmente
existe de floresta secundária na
Amazônia é a única maneira de
o Brasil saber exatamente qual
é o seu balanço de carbono.
O Prodes, sistema que calcula a taxa anual de desmatamento, não computa a rebrota. Para
ele, uma floresta cortada será
para sempre desmatada, mesmo que seja abandonada depois
-como ocorre com freqüência.
Um outro pesquisador do Inpe, Cláudio Almeida, já começou a resolver esse problema.
Ele está analisando 26 imagens
de satélite (das 229 cenas que o
Prodes usa) para tentar estimar
a proporção de regeneração e o
quanto a mata secundária fica
de pé; geralmente essa formação é a primeira a tombar para
ceder lugar à agropecuária.
Almeida está fazendo uma
espécie de "engenharia reversa" nas imagens do Prodes. Em
vez de cobrir a área desmatada
e olhar para o que sobrou, ele
está "mascarando" a floresta.
Como o sinal da mata secundária é bem visível nas imagens de
satélite, os pesquisadores
acham que será possível, no final do trabalho, ter uma estimativa de o que está em regeneração com uma margem de
erro de 5%. "Vamos poder dizer
não só se há floresta, mas também que tipo de floresta", diz
Valeriano.
(CA)
Texto Anterior: Frase Próximo Texto: Para jornal, Marina poderia salvar o mundo Índice
|