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Desacordo ameaça criação de rival europeu do GPS
Indefinição pode fazer empresas perderem concessão do sistema Galileo
União Européia ameaça
assumir sozinha toda a
direção do programa, que
pretende rivalizar com o
sistema americano em 2012
DA REDAÇÃO
O sonho europeu de construir o sistema de posicionamento por satélite Galileo, que
pretende rivalizar com o americano GPS (Sistema de Posicionamento Global, sigla em inglês) corre o risco de virar um
pesadelo. Se o pior acontecer, o
projeto pode ser cancelado.
Tudo porque, os oito membros do consórcio privado criado para o sistema- são duas
empresas francesas, uma britânica, uma italiana, duas espanholas, uma alemã e uma multinacional européia- estão em
total desacordo.
Além de decidir que não vai
colocar mais dinheiro no projeto, o consórcio não chegou a um
consenso sobre quem será o
responsável por tocar o programa Galileo daqui para a frente.
O prazo para surgir um formato ideal de controle privado
do projeto termina depois de
amanhã. O lado público do Galileo, representando pela UE
(União Européia), ameaça assumir todo o controle do programa caso o impasse continue.
"O programa Galileo está em
uma profunda e séria crise. Nós
estamos em um beco sem saída", disse Wolfgang Tiefensee,
ministro dos transportes da
Alemanha, país que atualmente preside a UE.
Não está descartada a hipótese de que o imbróglio burocrático possa causar até o cancelamento do programa.
Segundo o dirigente europeu, uma das soluções será colocar mais dinheiro público no
projeto, orçado em 3,6 bilhões
de euros. Pelo desenho original,
o consórcio privado deveria financiar aproximadamente dois
terços dos custos do novo sistema de posicionamento global.
"Existe uma forte participação do setor público nesta fase
de construção do Galileo. Esse
projeto é o mais importante de
todos, em termos de alta tecnologia, para a Europa. É necessário que ele continue", afirmou o
político da Alemanha.
Nas próximas semanas,
anunciou Tiefensee, a União
Européia vai tentar salvar o
projeto de seu sistema de posicionamento global por satélite.
A inciativa é considerada importante, agora que a China e a
Rússia também preparam, em
conjunto, um projeto similar.
No dia 16 deste mês, deve ser
anunciado um novo plano para
o Galileo. Essas metas deverão
ser discutidas no início de junho, em um encontro com todos os ministros de transporte
dos países que estão na UE.
Atraso no cronograma
Os problemas burocráticos
no comando do Galileo já apresentam conseqüências práticas. Dos 30 satélites necessários para o novo sistema de posicionamento (ver texto à direita), apenas um já foi lançado
com sucesso.
O segundo, que deveria ter
entrado em órbita no ano passado, teve um curto-circuito
ainda na Terra e não pode ser
lançado. Para Tiefensee, se o
poder público não assumir o
controle do programa, será
muito difícil colocar o sistema
em operação em 2012, como
previa o plano original.
Os cálculos dos dirigentes
europeus mostram que seria
necessário mais 1,2 bilhão de
euros para que tudo corra bem.
Os estados-membros da UE já
aprovaram um orçamento extra de 388 milhões de euros para corrigir os atrasos no cronograma. Existe ainda uma outra
proposta em curso para o orçamento de 2008. Se ela for aprovada, mais 151 milhões de euros
serão investidos.
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