São Paulo, domingo, 08 de maio de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

ANÁLISE

Indústria desinteressada e conflitos travam programa

SALVADOR NOGUEIRA
COLABORAÇÃO PARA AFOLHA

O presidente da AEB colocou o dedo na ferida ao apontar o desinteresse da indústria pelo programa espacial.
Enquanto nos EUA as empresas disputam a tapa contratos para desenvolver espaçonaves e foguetes para a Nasa, no Brasil a indústria faz de tudo para se afastar.
São duas as razões. A primeira é a notória falta de gosto da indústria brasileira por pesquisa e desenvolvimento.
A Embraer é uma exceção. Mas a gigante aeronáutica brasileira não demonstrou interesse em expandir sua esfera de atuação para além da atmosfera quando teve chance, por exemplo, de desenvolver partes brasileiras para a Estação Espacial Internacional, há alguns anos.
O segundo problema é a instabilidade orçamentária. Que empresa se arriscaria a investir para atender a uma demanda que flutua de forma quase aleatória?
A AEB enfrenta, desde sua criação, dificuldade em disciplinar os órgãos responsáveis pelos projetos.
ODCTA, órgão da Força Aérea responsável pelos veículos lançadores, tem sua própria agenda.
O Inpe, encarregado de conceber os satélites nacionais, nem se fala. O instituto empurra com a barriga todo projeto que não cai nas graças de sua diretoria.
Colocar ordem na casa,e o programa espacial nos trilhos, exigirá mais que conclamar a indústria.
É preciso uma manifestação inequívoca das prioridades e os prazos para a execução dos diversos objetivos quese acumulam há décadas nas planilhas do governo.


Texto Anterior: Setor espacial precisa de ‘Embraer’, diz chefe da AEB
Próximo Texto: Marcelo Gleiser: Os instrumentos de descoberta
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.