|
Próximo Texto | Índice
Sonda "raspa" asteróide, mas câmera pifa antes
Rosetta, mesmo com falha, detecta a ocorrência de mais de 23 crateras em astro
Para técnicos da agência européia, pane em sistema não coloca missão sob risco; destino final da espaçonave é alcançar cometa em 2014
ESA
|
|
POUCO FOCO
Câmera auxiliar da sonda Rosetta registra um dos ângulos do
asteróide Steins; máquina ficou a 805 quilômetros do astro
DA REPORTAGEM LOCAL
A sonda Rosetta, da ESA
(Agência Espacial Européia),
passou quase raspando pelo asteróide Steins na sexta-feira.
Mas minutos antes da distância
entre os dois ser de míseros 805
km, a câmera de alta-resolução
da espaçonave-robô pifou,
anunciaram os técnicos da missão anteontem na cidade de
Darmstadt, na Alemanha.
Os oficiais da ESA ainda não
sabem ao certo o que ocorreu.
"O programa de computador da
máquina desligou automaticamente", disse Gerhard
Schwehm, gerente de missão.
"A câmera tem alguns limites e
nós vamos analisar mais tarde
o que ocorreu", disse.
As imagens divulgadas anteontem na Alemanha, na sede
da missão, foram feitas por
uma câmera grande angular secundária, que também está
acoplada à sonda Rosetta.
Segundo Uwe Keller, investigador responsável pela câmera,
o equipamento principal parou
de funcionar nove minutos antes da aproximação máxima.
A máquina voltou a funcionar depois. Porém, desde a falha, o equipamento está instável disse Keller.
O defeito na câmera, afirmou
o pesquisador da ESA, não deve
prejudicar a missão maior da
Rosetta. O grande alvo da sonda
é alcançar o cometa Churymov-Gerasimenko em 2014 e,
depois, segui-lo até 2015.
No meio do caminho, além
de passar ao lado do Steins, que
está a 360 milhões de quilômetros da Terra, a Rosetta vai se
aproximar também, em 2010,
do asteróide Lutetia.
História de colisões
Apesar da falha na captação
das imagens, os demais equipamentos da sonda funcionaram
muito bem durante a missão.
Crateras de diferentes idades
foram detectadas na superfície
do acinzentado asteróide,
"mostrando um rica história de
colisões", disse Keller.
A Rosetta registrou mais de
23 crateras de 200 m de largura
em média na superfície do
Steins. A maior delas chega a
medir 2 km.
Segundo ainda as medições
da espaçonave-robô, o Steins
tem 5 km de diâmetro, 200 m a
mais do que havia sido estimado anteriormente.
Os dados obtidos a partir de
asteróides e cometas, afirma
Rita Schulz, uma das projetistas da Rosetta, apresentam um
valor muito particular. Isso
porque eles são feitos de matéria galáctica que ajudaram a
criar os planetas do Sistema Solar. "Asteróides são o DNA do
Sistema Solar", disse Schulz.
Até hoje, astrônomos que
analisam asteróides precisam
trabalhar com conjuntos limitados de dados, oriundos de
poucas aproximações.
O encontro do Halley
A primeira grande aproximação de uma sonda com um cometa ocorreu há 22 anos.
A sonda Giotto, também da
ESA, conseguiu fotografar o
núcleo do famoso cometa Halley milhares de vezes antes da
sua câmera também pifar.
No episódio de março de
1986, a Giotto ficou a menos de
600 quilômetros do cometa.
Com Agências Internacionais
Próximo Texto: China prepara outra missão tripulada Índice
|