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Trabalho original foi alterado após governo criticar dados
DA REPORTAGEM LOCAL
A versão da pesquisa do Imazon obtida pela Folha não é a
original. A pesquisa foi revisada ao longo das últimas semanas, após conversas entre os
pesquisadores da ONG e o governo paraense.
Depois do debate com representantes da Sema, não houve
alterações nas principais conclusões do relatório sobre as
áreas desmatadas sem autorização, mas um parágrafo sobre
as estimativas do próprio governo do Pará acerca do problema foi removido.
O trecho retirado dizia que,
de acordo com o Sisflora, sistema estadual que mede a produção de madeira em metros cúbicos, "Noventa por cento dessa produção originou-se de
fonte legal (manejo florestal) e
10% de fonte desconhecida
(exploração não autorizada)".
O número inverte as proporções aproximadas nas conclusões do Imazon (89% de extração ilegal e 11% autorizada).
Durante a conversa com a
Sema, os técnicos do governo
paraense argumentaram que a
discrepância se devia à falta de
integração informatizada entre
dois de seus próprios sistemas
de controle florestal. O Sisflora,
que registra o fluxo de madeira
propriamente dito, não era ligado ao Simlam, que emite licenças de plano de manejo.
Além disso, durante parte do
período analisado, o sistema
utilizado para acompanhar a
movimentação de madeira ainda era o do Ibama, feito em papel e passado manualmente
para o formato eletrônico, o
que facilitava irregularidades,
disseram os membros da Sema.
"Com base nessa argumentação deles, nós decidimos alterar aquela passagem do relatório", afirma Monteiro.
Com a integração entre Sisflora e Simlam já operacional, a
expectativa é que problemas
metodológicos diminuam, avalia o engenheiro florestal.
(RJL)
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