DA REUTERS

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, está examinando propostas para um anúncio "ousado" relacionado com sua candidatura à reeleição, possivelmente uma nova missão espacial, disse ontem seu chefe de gabinete, Andrew Card.
"Temos muitas sugestões sendo feitas por membros do gabinete do presidente e administradores, como Sean O'Keefe, da Nasa [agência espacial dos EUA], e o Presidente tomará uma decisão", afirmou Card. "Mas eu garanto que teremos uma agenda ousada para este país [EUA]", disse o chefe de gabinete em resposta a perguntas sobre uma possível nova viagem à Lua, assunto de vários programas de TV dominicais.
O diário "The Washington Post" havia relatado na sexta-feira que um novo programa de exploração lunar era uma das idéias em consideração por assessores próximos de Bush como parte de uma agenda renovada para seu último ano de mandato, 2004.
Um esforço desses poderia custar bilhões de dólares, num momento em que os Estados Unidos enfrentam um déficit orçamentário substancial.
O "Post" havia dito que o plano apresentado a Bush é lançar um novo e ambicioso conceito de viagens espaciais logo no início do próximo ano, como parte do esforço da Casa Branca para desenvolver "grandes idéias" para a programação de Bush em 2004.

Na trilha de Kennedy
Em 1962, John F. Kennedy lançou uma convocação sensacional a seu país: pôr um homem na Lua até o final daquela década. Os astronautas da Apollo-11 desceram na Lua em 20 de julho de 1969.
"O presidente [Bush] entende que devemos continuar a explorar o espaço, após o desastre com o ônibus espacial [Columbia, que se desintegrou e matou sete tripulantes em 1º de fevereiro deste ano]. O presidente disse que não desistiríamos da exploração espacial", afirmou Card no programa "Late Edition", da CNN.
Bush havia constituído um painel governamental para revisar as prioridades espaciais dos EUA após o desastre, mas Card disse que não discutiria detalhes sobre o poderia estar em vista.
"Estamos muito interessados em vôos espaciais", ele declarou em outro programa, "Face the Nation", da CBS. "Queremos assegurar que a América [os EUA] tenha sonhos, e este presidente vai providenciar montes de oportunidades para sonhar."
Card deu indicações, no entanto, de que qualquer esforço de maior envergadura ocorreria somente num futuro distante, afirmando que antes disso o país teria de encontrar respostas para os desafios que já estão à mão. Aí estariam incluídos, segundo o chefe de gabinete, a necessidade de fundos para manter a defesa e a segurança doméstica dos EUA, assim como programas econômicos que ajudem a enfrentar déficits orçamentários crescentes.



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