São Paulo, terça-feira, 09 de março de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Cientista americano diz ter alertado coreano sobre fraude

Li Hoon-gu - 19.mai.05/France Presse
O americano Gerald Schatten (dir.), ao lado de seu ex-parceiro,
o fraudador coreano Hwang


DO ENVIADO AO RIO

Envolvido na maior fraude científica da década, Gerald Schatten afirma que "certamente" se sentiu responsável pelo escândalo: um estudo assinado com o sul-coreano Hwang Woo-Suk, que falsificou a obtenção de células-tronco de embriões clonados humanos.
"A partir do primeiro momento em que eu soube que havia algo errado, primeiro ética e depois cientificamente, tratei de falar sobre isso com minha contraparte em Seul e, quando percebi que ele não faria nada a respeito, senti que deveria avisar as autoridades", disse. Schatten não participou dos experimentos na Coreia do Sul.
Gaguejando, ele descreve como se sente agora. "Há uma sensação de alívio por a fraude ter sido revelada no mesmo ano em que um dos artigos foi publicado [2005]. Graças a isso, não tivemos um enorme volume de recursos direcionados para uma linha de pesquisa que era baseada em dados fraudulentos. Que pesadelo seria!"
Schatten trabalhava com o coreano na tentativa de produzir embriões clonados de macacos. "Finalmente, anos depois da fraude, isso foi feito, e foi necessário usar 500 óvulos de macaca para chegar ao resultado. Se extrapolarmos isso para humanos, seria um número ridículo, impraticável, mas é teoricamente possível", diz.
E como Hwang conseguiu enganar tanta gente por tanto tempo? "Sabe, uma parte enorme das evidências científicas depende de confiança [nos estudos publicados]. Mas o bom da ciência é que ela tem mecanismos de autocorreção." (RJL)


Texto Anterior: Acordo contra efeito estufa não sai neste ano, diz UE
Próximo Texto: Revolução científica em 46 páginas
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.