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Como as plantas expressam os genes humanos
da Reportagem Local
Não é à toa que o trabalho de transferência de um gene de um organismo para o outro recebe o nome de engenharia genética. A montagem do cassete
de expressão (como é chamado o conjunto de sequências de DNA que contém
todas as informações necessárias para a
expressão do gene de interesse na planta)
é resultado do que, na linguagem dos
cientistas, ironicamente se chama de trabalho de corte e costura.
Uma das formas de construir esse cassete é isolar do DNA humano a região
que guarda o código da proteína de interesse. Por isso diz-se que é a região codificante do gene de interesse.
Depois de ter o gene separado do resto
do DNA humano, por meio da ação de
enzimas de restrição ("tesouras" que
cortam o DNA em regiões específicas), a
região codificante precisa ser colocada
sob o controle de um promotor.
O promotor é uma sequência de DNA
que informa quando e onde aquele gene
deve ser ativado para produzir a proteína. No caso de plantas, existem promotores que dizem se a produção da proteína será feita nas folhas, nas raízes, nas sementes ou em toda a planta.
Além de adicionar um promotor, é
preciso colocar o que se chama de região
3", que indica onde a leitura do código
deve ser interrompida (como um ponto
final num parágrafo).
Às vezes é preciso indicar também para
onde, dentro da célula, a proteína deve ir.
O cassete de expressão pode conter o que
se chama de sequência de peptídeo sinal,
uma espécie de etiqueta de endereçamento final. Ela direciona a proteína para alguma organela celular ou mesmo
para fora da célula. O peptídeo sinal é colocado para facilitar a purificação ou
proteger a proteína da ação de enzimas
que podem destruí-la.
Esses elementos, todos ligados, são colocados dentro de um plasmídeo. O plasmídeo (molécula de DNA que existe livre
no interior de bactérias) é usado como
um vetor de transformação. A bactéria
que o contém é capaz de transferi-lo para
a planta, integrando o gene humano de
interesse no genoma da planta.
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