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AMÉRICAS
Achado reforça migração por via costeira
RICARDO BONALUME NETO
DA REPORTAGEM LOCAL
Os mais antigos habitantes conhecidos (e comprovados) das Américas
eram vorazes consumidores de algas marinhas, tanto para alimentação quanto para uso medicinal. A
descoberta de novas espécies de alga no sítio de
Monte Verde, no sul do
Chile, apóia a hipótese de
que a rota de migração
costeira possa ter sido
mesmo a principal no povoamento do continente.
A descoberta das algas
com idade de 14 mil anos
também reforça a antigüidade desse sítio, localizado
perto da cidade chilena de
Puerto Montt, que já foi altamente polêmico.
Isso porque a maioria
dos pesquisadores considerava a cultura Clovis,
cujos restos foram desenterrados na América do
Norte e têm 13 mil anos de
idade, como a mais antiga
do continente. A idéia de
que houvesse população
humana no extremo sul
antes disso era considerada pouco séria pelos acadêmicos americanos, que
detinham a hegemonia
nesse campo de pesquisas.
Mais polêmica ainda é a
possibilidade de parte da
região ser muito mais antiga, com até 33 mil anos de
idade. "Essa parte mais
antiga do sítio ainda está lá
e requer mais trabalho para confirmar ou negar a hipótese. Nós provavelmente vamos trabalhar lá nos
próximos anos", disse
Tom Dillehay à Folha.
O arqueólogo fez a descoberta das espécies de algas com colegas chilenos.
O estudo está publicado
hoje na revista "Science".
Há 14 mil anos, Monte
Verde ficava a cerca de 90
km do oceano e a 15 km de
uma baía interna, onde está Puerto Montt.
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