São Paulo, sexta-feira, 09 de maio de 2008

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AMÉRICAS

Achado reforça migração por via costeira

RICARDO BONALUME NETO
DA REPORTAGEM LOCAL

Os mais antigos habitantes conhecidos (e comprovados) das Américas eram vorazes consumidores de algas marinhas, tanto para alimentação quanto para uso medicinal. A descoberta de novas espécies de alga no sítio de Monte Verde, no sul do Chile, apóia a hipótese de que a rota de migração costeira possa ter sido mesmo a principal no povoamento do continente.
A descoberta das algas com idade de 14 mil anos também reforça a antigüidade desse sítio, localizado perto da cidade chilena de Puerto Montt, que já foi altamente polêmico.
Isso porque a maioria dos pesquisadores considerava a cultura Clovis, cujos restos foram desenterrados na América do Norte e têm 13 mil anos de idade, como a mais antiga do continente. A idéia de que houvesse população humana no extremo sul antes disso era considerada pouco séria pelos acadêmicos americanos, que detinham a hegemonia nesse campo de pesquisas.
Mais polêmica ainda é a possibilidade de parte da região ser muito mais antiga, com até 33 mil anos de idade. "Essa parte mais antiga do sítio ainda está lá e requer mais trabalho para confirmar ou negar a hipótese. Nós provavelmente vamos trabalhar lá nos próximos anos", disse Tom Dillehay à Folha.
O arqueólogo fez a descoberta das espécies de algas com colegas chilenos. O estudo está publicado hoje na revista "Science".
Há 14 mil anos, Monte Verde ficava a cerca de 90 km do oceano e a 15 km de uma baía interna, onde está Puerto Montt.


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