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Outro lado
Hidrelétrica não destrói a paisagem, diz Eletronorte
Empresa diz que estudos estão sendo complementados e nega danos a espécies
DA REDAÇÃO
A Eletronorte diz que está
pronta para o leilão de Dardanelos. A usina é segura do ponto de vista ambiental e viável do
ponto de vista econômico.
"Estamos complementando
os dados do EIA-Rima e vamos
entregá-los no início de agosto", diz Silviani Froelich, gerente de Estudos e Projetos Ambientais da Eletronorte. "As
condicionantes da Sema estão
sendo atendidas, e elas não invalidam Dardanelos."
Segundo Froelich, a vazão remanescente do rio, recalculada
em 21 metros cúbicos por segundo para atender às condições da licença prévia, permite
que as cachoeiras tenham água
o ano inteiro e que Dardanelos
siga gerando energia, mesmo
na estação seca.
Ela admite, no entanto, que
as pequenas centrais hidrelétricas Faxinal 1 e 2, já instaladas
no salto dos Dardanelos, poderão ter falta d'água. "A Aneel
priorizou Dardanelos", diz.
Valéria Saracura, coordenadora dos estudos de fauna e flora do EIA-Rima, afasta a possibilidade de extinções locais
porque a chamada área dos pedrais, as lajes usadas pelos anfíbios para sua reprodução, não
será atingida por obras de engenharia. "Não haverá interrupção de água nos pedrais", diz.
Mas, em seguida, afirma que a
usina "aumenta o período de
vazão diminuída" nas lajes e
que "pode ser até que algumas
espécies sejam beneficiadas".
Sobre a não-inclusão do custo das linhas de transmissão no
estudo de impacto e no valor de
Dardanelos no leilão, apontada
como um dos principais problemas do projeto da usina,
Froelich afirma que a estatal e a
Odebrecht, sua parceira, se limitaram a atender o que o governo do Estado havia pedido.
"A linha de transmissão não foi
solicitada para licenciamento
juntamente com a usina no termo de referência", disse.
Ela também minimiza a afirmação do parecer da Sema que
aponta 52 impactos negativos
na usina. "Quando você pega os
números, você pode ficar com
uma impressão falsa."
O gerente de Planejamento
Energético da Eletronorte,
Paulo César Magalhães, contesta a afirmação do estudo encomendado pelo Ministério
Público de que Dardanelos é
economicamente inviável. Ele
diz que a energia assegurada da
hidrelétrica é 155 megawatts e
não 80 megawatts.
Sobre a razão de a estatal ter
planejado uma hidrelétrica
num paraíso ecológico -o Ministério Público diz que não foram apresentadas alternativas
de localização do empreendimento, o que é irregular-, Magalhães é pragmático: "Existe
hidrelétrica porque existe uma
cachoeira e existe vazão. Adoraríamos fazer uma hidrelétrica perto de Brasília".
(CA)
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