São Paulo, segunda-feira, 09 de julho de 2007

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Perfil genético influencia risco de câncer intestinal

Grupo acha gene freqüente em vítimas de tumor

DO "INDEPENDENT"

Um grupo de cientistas encontrou o primeiro traço genético comum ligado a um risco aumentado para o câncer de intestino. A descoberta, ainda no plano da ciência básica, pode levar a um melhor diagnóstico e tratamento da doença.
A descoberta foi feita por três equipes de pesquisadores financiadas pela fundação britânica Cancer Research. Os cientistas fizeram uma varredura em todo o genoma humano. Cerca de metade da população do Reino Unido, onde foi feito o estudo, carrega a variante genética ligada ao câncer.
No grupo sem o gene de risco, a probabilidade de contrair cânceres intestinais até o fim da vida é de 5%. No grupo mais suscetível, o numero sobe para 6,25%. Para efeito de saúde pública não é uma diferença relevante, mas os mecanismos biológicos por trás da propensão genética aos tumores intestinais podem ajudar os cientistas a compreendê-los melhor.
Três estudos sobre a descoberta foram publicados ontem no site do periódico científico "Nature Genetics" (www.nature.com/ng/aop).
No total, genomas de 16 mil pacientes de câncer foram vasculhados. Outros cientistas descobriram recentemente que uma das variantes genética encontradas está ligada também a um maior risco de desenvolver câncer de próstata.
Já se sabe de outros genes que estão implicados em um risco aumentado de desenvolver tumores intestinais, mas são encontrados em uma em cada 2.500 pessoas.
Tanto genes quanto o ambiente -incluindo estilo de vida e alimentação- contribuem para o risco de câncer intestinal. Cientistas estimam que um terço dos cânceres tenham componente genético, e apenas 5% deles sejam ligados a genes de propensão já conhecidos.

Soma de genes
Os estudos que saem agora na "Nature Genetics", porém, sugerem que uma variação genética batizada de 8q24 tem relação com cerca de 10% dos cânceres no universo dos pacientes analisados. Apesar de esta ser a ligação genética mais relevante até agora, ela ainda é pequena demais para ser usada diretamente como forma de diagnóstico. Entretanto, pode ser possível elaborar um teste que identifique vários genes de "baixo risco" numa pessoa. Somados, eles podem elevar a propensão ao câncer intestinal a um grau mais perigoso.
"Estamos fazendo agora uma busca ainda mais refinada no genoma para descobrir mais genes ligados ao câncer de intestino", disse Malcolm Dunlop, pesquisador da Universidade de Edimburgo que liderou um dos estudos.
"Ao final, pode ser possível para os cientistas projetar tratamentos para impedir que as pessoas sob maior risco desenvolvam câncer de intestino", afirma Ian Tomlinson, do Instituto de Pesquisas de Londres, ligado à Cancer Research.


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