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Perfil genético influencia
risco de câncer intestinal
Grupo acha gene freqüente em vítimas de tumor
DO "INDEPENDENT"
Um grupo de cientistas encontrou o primeiro traço genético comum ligado a um risco
aumentado para o câncer de intestino. A descoberta, ainda no
plano da ciência básica, pode
levar a um melhor diagnóstico
e tratamento da doença.
A descoberta foi feita por três
equipes de pesquisadores financiadas pela fundação britânica Cancer Research. Os cientistas fizeram uma varredura
em todo o genoma humano.
Cerca de metade da população
do Reino Unido, onde foi feito o
estudo, carrega a variante genética ligada ao câncer.
No grupo sem o gene de risco,
a probabilidade de contrair
cânceres intestinais até o fim
da vida é de 5%. No grupo mais
suscetível, o numero sobe para
6,25%. Para efeito de saúde pública não é uma diferença relevante, mas os mecanismos biológicos por trás da propensão
genética aos tumores intestinais podem ajudar os cientistas
a compreendê-los melhor.
Três estudos sobre a descoberta foram publicados ontem
no site do periódico científico
"Nature Genetics" (www.nature.com/ng/aop).
No total, genomas de 16 mil
pacientes de câncer foram vasculhados. Outros cientistas
descobriram recentemente
que uma das variantes genética
encontradas está ligada também a um maior risco de desenvolver câncer de próstata.
Já se sabe de outros genes
que estão implicados em um
risco aumentado de desenvolver tumores intestinais, mas
são encontrados em uma em
cada 2.500 pessoas.
Tanto genes quanto o ambiente -incluindo estilo de vida e alimentação- contribuem
para o risco de câncer intestinal. Cientistas estimam que
um terço dos cânceres tenham
componente genético, e apenas
5% deles sejam ligados a genes
de propensão já conhecidos.
Soma de genes
Os estudos que saem agora
na "Nature Genetics", porém,
sugerem que uma variação genética batizada de 8q24 tem relação com cerca de 10% dos
cânceres no universo dos pacientes analisados. Apesar de
esta ser a ligação genética mais
relevante até agora, ela ainda é
pequena demais para ser usada
diretamente como forma de
diagnóstico. Entretanto, pode
ser possível elaborar um teste
que identifique vários genes de
"baixo risco" numa pessoa. Somados, eles podem elevar a
propensão ao câncer intestinal
a um grau mais perigoso.
"Estamos fazendo agora uma
busca ainda mais refinada no
genoma para descobrir mais
genes ligados ao câncer de intestino", disse Malcolm Dunlop, pesquisador da Universidade de Edimburgo que liderou
um dos estudos.
"Ao final, pode ser possível
para os cientistas projetar tratamentos para impedir que as
pessoas sob maior risco desenvolvam câncer de intestino",
afirma Ian Tomlinson, do Instituto de Pesquisas de Londres,
ligado à Cancer Research.
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