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Florestas tropicais são maiores "máquinas" de absorver CO2
Bioma responde por um terço da fotossíntese feita no planeta
DE SÃO PAULO
As florestas tropicais, como a Amazônia, são as máquinas de fotossíntese mais
eficientes do planeta. Um novo estudo internacional mostra que elas absorvem um terço de todo o gás carbônico
que é retirado da atmosfera
pelas plantas a cada ano.
Pela primeira vez, cientistas calcularam a absorção
global de CO2 pela vegetação
terrestre: são 123 bilhões de
toneladas do gás por ano.
"É o dobro da quantidade
de CO2 que os oceanos absorvem", diz Christian Beer, do
Instituto Max Planck para
Bioquímica, na Alemanha.
Ele é coautor do estudo, publicado na revista "Science".
Selvas tropicais respondem por 34% da captura. As
savanas, por 26%, apesar de
ocuparem o dobro da área.
Um outro estudo, publicado na mesma edição da
"Science", mostrou que a
temperatura influencia pouco na quantidade de carbono
exalado pelas plantas quando elas respiram.
Havia temores de que o
aquecimento global pudesse
acelerar as taxas de respiração, fazendo com que florestas se convertessem de "ralos" em fontes do gás -agravando mais o problema.
Juntos, esses dados devem
ajudar a melhorar os modelos climáticos, que dependem do conhecimento preciso do fluxo de carbono entre
plantas, atmosfera, oceanos
e fontes humanas do gás.
O trabalho de Beer também ressalta a importância
das florestas secundárias na
Amazônia como "ralos" para
o CO2 em excesso despejado
no ar por seres humanos.
Isso porque, apesar de absorverem muito carbono por
fotossíntese, as florestas tropicais devolvem outro tanto
ao ar quando respiram.
Florestas em regeneração,
por outro lado, fixam muito
mais carbono do que exalam.
O estudo usou dados de
uma rede internacional, a
Fluxnet, que reúne centenas
de torres que servem como
postos de observação pelo
mundo, analisando os fluxos
de CO2 na vegetação ao redor.
No Brasil há quase uma
dezena de torres de fluxo, a
maior parte delas instaladas
na Amazônia.
"Mas ainda sabemos pouco, por exemplo, sobre pontos de transição abrupta ligados ao clima, como florestas
em savanização", diz o biólogo Antonio Nobre, do Instituto Nacional de Pesquisas da
Amazônia. "E ainda existem
ambientes pouco mapeados,
como pântanos e brejos."
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