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ASTROBIOLOGIA
Animal sobrevive a dez dias de vácuo e radiação no espaço
DA REDAÇÃO
Um pequeno passo para
um tardígrado, um grande
mistério para os biólogos. Os
tardígrados são os primeiros
animais a serem expostos ao
ambiente mortal do espaço e
sobreviverem. Apenas bactérias e líquens já haviam conseguido sobreviver ao vácuo
e a radiação extremas fora da
atmosfera da Terra.
Amostras desses invertebrados foram postas em órbita dentro da cápsula Foton-M3, da Agência Espacial
Européia, em 14 de setembro
do ano passado.
Menores que um milímetro e meio, os tardígrados estão acostumados com longos
períodos de anos de seca, durante os quais permanecem
inertes e desidratados, para
voltarem à vida depois.
Pesquisas anteriores haviam demonstrado que os
tardígrados resistem a extremos de calor, frio e radiação.
Ingemar Jönsson, da Universidade de Kristianstad
(Suécia) e seus colaboradores resolveram então fazer o
bicho passar pela prova final:
sobreviver no espaço.
O pesquisadores relatam
as conclusões do projeto
Tardis (Tardígrados no Espaço) hoje na revista "Current Biology".
Durante dez dias, amostras de duas espécies de tardígrados dissecados passaram por diferentes níveis de
exposição ao ambiente espacial. Algumas amostras foram expostas somente ao vácuo, enquanto outras ficaram sem proteção nenhuma
contra intensidades de radiação ultravioleta mil vezes
maiores que as na superfície
da Terra.
Recuperadas depois de
cair no Kasaquistão, as
amostras foram reidratadas
em laboratório.
Os tardígrados expostos
somente ao vácuo não só sobreviveram como produziram filhotes.
Da amostra mais maltratada pelo vácuo e a radiação sobreviveram apenas três, cujos ovos, porém, não eclodiram. "Como esses animais
sobreviveram permanece
um mistério", escrevem os
pesquisadores no artigo.
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