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Vacina antimalária tem sucesso em teste
Droga inspirada em pesquisa de casal de brasileiros teve até 65% de eficácia na proteção de bebês na África
DA REDAÇÃO
Uma vacina experimental
contra malária desenvolvida a
partir do trabalho de dois cientistas brasileiros teve eficácia
de mais de 50% na proteção de
bebês, afirmam dois estudos.
Testes independentes na
Tanzânia e no Quênia mostraram que duas variedades da vacina RTS,S, da GlaxoSmithKline, não só barram a infecção
pelo plasmódio (o causador da
doença) em crianças como
também podem impedir as já
infectadas de desenvolverem a
enfermidade, que mata quase 1
milhão de pessoas por ano.
Um teste clínico com um número maior de voluntários (fase 3) deve ser feito no ano que
vem. Se der certo, a empresa
poderá procurar aprovação comercial para a droga em 2011.
Christian Loucq, diretor da
Iniciativa Path para Vacina
Contra Malária, que organizou
os testes, disse que os novos resultados "dão mais confiança
de que estamos mais perto do
que nunca" de uma vacina para
as crianças africanas.
"Vários testes dessa vacina já
foram feitos, e os resultados
mostram uma proteção total
consistente, de 30% a 50%",
disse à Folha o imunologista
brasileiro Victor Nussenzweig,
80, da Universidade de Nova
York. Pesquisas feitas por sua
mulher, Ruth, 80, e por ele com
proteínas de plasmódio levaram à imunização. "Essa vacina
não é a resposta final, mas é um
grande feito." Nenhuma outra
foi tão longe nos testes.
Um dos estudos envolveu
894 crianças de 5 a 17 meses
nas zonas rurais do Quênia e da
Tanzânia e teve eficácia de 53%
na proteção dos bebês.
O outro, com 340 bebês da
Tanzânia, teve eficácia de 65%.
Os resultados foram publicados ontem on-line na revista
"New England Journal of Medicine" (www.nejm.org).
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