São Paulo, terça-feira, 09 de dezembro de 2008

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Vacina antimalária tem sucesso em teste

Droga inspirada em pesquisa de casal de brasileiros teve até 65% de eficácia na proteção de bebês na África

DA REDAÇÃO

Uma vacina experimental contra malária desenvolvida a partir do trabalho de dois cientistas brasileiros teve eficácia de mais de 50% na proteção de bebês, afirmam dois estudos.
Testes independentes na Tanzânia e no Quênia mostraram que duas variedades da vacina RTS,S, da GlaxoSmithKline, não só barram a infecção pelo plasmódio (o causador da doença) em crianças como também podem impedir as já infectadas de desenvolverem a enfermidade, que mata quase 1 milhão de pessoas por ano.
Um teste clínico com um número maior de voluntários (fase 3) deve ser feito no ano que vem. Se der certo, a empresa poderá procurar aprovação comercial para a droga em 2011.
Christian Loucq, diretor da Iniciativa Path para Vacina Contra Malária, que organizou os testes, disse que os novos resultados "dão mais confiança de que estamos mais perto do que nunca" de uma vacina para as crianças africanas.
"Vários testes dessa vacina já foram feitos, e os resultados mostram uma proteção total consistente, de 30% a 50%", disse à Folha o imunologista brasileiro Victor Nussenzweig, 80, da Universidade de Nova York. Pesquisas feitas por sua mulher, Ruth, 80, e por ele com proteínas de plasmódio levaram à imunização. "Essa vacina não é a resposta final, mas é um grande feito." Nenhuma outra foi tão longe nos testes.
Um dos estudos envolveu 894 crianças de 5 a 17 meses nas zonas rurais do Quênia e da Tanzânia e teve eficácia de 53% na proteção dos bebês.
O outro, com 340 bebês da Tanzânia, teve eficácia de 65%.
Os resultados foram publicados ontem on-line na revista "New England Journal of Medicine" (www.nejm.org).


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