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Supercomputador da IBM bate recorde de velocidade
Máquina feita com peças de videogame executa 1 quatrilhão de operações por segundo
Batizado Roadrunner, novo instrumento será usado
para monitorar arsenal nuclear dos EUA e também
para simular clima da Terra
JOHN MARKOFF
DO "NEW YORK TIMES"
Um supercomputador militar americano atingiu um recorde histórico de velocidade
de processamento ao realizar
mais de 1,026 quatrilhão de
operações por segundo.
A nova máquina é mais de
duas vezes mais rápida que o
supercomputador mais rápido
construído até então -o BlueGene/L, da IBM.
O novo computador, batizado Roadrunner (Papa-léguas,
em inglês), custou US$ 133 milhões e foi construído por engenheiros e cientistas da IBM e
do Laboratório Nacional de Los
Alamos, nos EUA. Ele será usado para monitorar o arsenal
nuclear americano.
Antes de ser colocado a serviço da guerra, no entanto, ele
também será usado para explorar problemas científicos, como a mudança climática. A
maior velocidade do Roadrunner permitirá aos cientistas
testar modelos climáticos globais com maior precisão.
Se todos os 6 bilhões de terráqueos usassem calculadoras
e fizessem contas 24 horas por
dia, levariam 46 anos para completar o processamento que o
Roadrunner faz em um dia.
A máquina é uma mistura incomum de chips usados em
produtos como o console
PlayStation 3 e tecnologias
avançadas. As lições que os
cientistas aprendem ao fazê-lo
calcular cada vez mais rápido
são consideradas essenciais para o futuro da computação.
A marca ultrapassada pelo
computador, o petaflop - 1
quatrilhão de operações por segundo- tem sido buscada por
várias potências tecnológicas.
Todos vêem os supercomputadores como um símbolo de
competitividade econômica.
Máquinas em petaflop como
o Roadrunner podem mudar a
ciência e a engenharia. Os pesquisadores poderão fazer experimentos antes impraticáveis.
Um exemplo disso são os modelos climáticos, que precisam
simular o comportamento da
atmosfera e dos oceanos de forma cada vez mais precisa. São
quatrilhões de operações simultâneas, algo difícil de fazer
com os computadores de hoje.
Cada nova geração de supercomputadores também produz
software e hardware que acabam atingindo os produtos de
consumo. Com o Roadrunner
foi diferente: a tecnologia comercial, como a do videogame,
invadiu a supercomputação.
Embora empresas americanas tenham dominado esse
campo desde os anos 1960, a
criação do Earth Simulator, no
Japão, em 2002, tirou o título
dos EUA. Construído para fins
pacíficos, o gigante japonês
executava 35 trilhões de operações por segundo. O desafio fez
o governo americano voltar a
investir em supercomputação.
Ao quebrar a barreira do petaflop, a indústria dos supercomputadores conseguiu manter o passo de aumentos contínuos de desempenho, melhorando mil vezes em 11 anos. A
próxima marca é o exaflop (1
quintilhão de cálculos por segundo), seguida pelo zetaflop, o
yotaflop e o xeraflop.
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