São Paulo, quinta-feira, 10 de novembro de 2011

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Missão russa rumo a satélite de Marte está a um passo do fim

Sonda não conseguiu deixar órbita da Terra como deveria ter feito

SALVADOR NOGUEIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A missão da sonda russa Fobos-Grunt, com destino à maior das luas de Marte, começou com o pé esquerdo, com uma falha que pode ter sido fatal para seu sucesso. Após o lançamento de anteontem, a nave não conseguiu atingir a trajetória desejada.
Muita confusão se seguiu à decolagem, pelo fato de que os momentos críticos da entrada do veículo na rota interplanetária ocorreram fora do alcance das estações de rastreamento russas.
Em razão disso, a Roscosmos (agência espacial da Rússia) chegou até a pedir que astrônomos amadores na América do Sul observassem a trajetória da sonda, para ver se tudo havia corrido bem antes que a comunicação fosse restabelecida.
Foi por essa razão que o primeiro alerta partiu de um rastreador de satélites amador. Ted Molczan, em Toronto, no Canadá, notou que havia dois objetos na órbita da Fobos-Grunt em volta da Terra, sem nenhuma mudança de trajetória.
A informação foi confirmada. Aparentemente, os dois primeiros estágios do foguete Zenit, responsáveis por colocar a sonda em órbita terrestre, funcionaram normalmente. (O segundo objeto na mesma órbita é justamente o segundo estágio descartado.)
No momento do disparo do propulsor que colocaria a sonda na rota para as imediações de Marte, uma falha colocou a nave no chamado "modo de segurança".
Os russos trabalham furiosamente para tentar recolocá-la em seu caminho. Estima-se que eles tenham três dias para reativar os sistemas antes que uma mudança radical nos planos de voo seja necessária, em razão do constante movimento dos planetas em suas órbitas.
Ninguém sabe quais são as chances de sucesso. Se o problema foi com o software da sonda, basta "reinstalá-lo" remotamente e tudo deve funcionar. "É difícil fazer um prognóstico sobre a sonda", diz Eduardo Janot Pacheco, astrônomo da USP. "Mas é para ser pessimista."


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