São Paulo, domingo, 11 de setembro de 2011

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Aranha com nome de juiz

Burocracia ligada a disputas políticas entre cientistas chega perto de impedir descrição de novo aracnídeo; estudo só avançou por ordem judicial

ENTENDA A HISTÓRIA

Era uma vez um biólogo do Instituto Butantan, Rogério Bertani, que trabalhava com caranguejeiras

Tudo seguia bem até 2005, quando ele foi impedido pelo curador de aracnídeos de estudar os exemplares do instituto

Isso aconteceu porque Bertani, o curador e a diretora do laboratório de artrópodes viraram concorrentes ao estudar o mesmo tipo de aranha

O Butantan não quis comentar o histórico da "briga" e afirmou que naquela época havia outra gestão...

A briga ficou grande. Bertani foi ameaçado pela internet e teve uma placa de ferro com seu nome arrancada da sua porta por seis vezes, até que procurou a justiça

Em 2005, Bertani conseguiu uma liminar do juiz João Carlos Moreira de Oliveira para acessar de novo o laboratório. Mas os armários estavam trancados - e ele não tinha as chaves

No ano seguinte, em 2006, outro juiz mandou que o Butantan cumprisse a liminar e que deixasse Bertani circular pelo laboratório

O bicho receberá o nome de Iridopelma oliveirai, em homenagem ao juiz

A descrição da nova aranha está sendo submetida à revista "Zootaxa"

Recentemente, Berjani começou a estudar uma caranguejeira da coleção e descobriu que se trata de uma nova espécie da Bahia

A aranha só se salvou do incêndio que destruiu parte da coleção do Butantan, em maio de 2010, porque estava na sala de Bertani
Cerca de 80.000 serpentes e 500.000 artrópodes, como aranhas e escorpiões, foram perdidos no incêndio


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