São Paulo, sábado, 12 de abril de 2008

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Droga antiartrite tem sucesso em testes contra mal de Alzheimer

Medicamento experimental levou a melhora em 90% dos casos, diz cientista

DO "INDEPENDENT"

Um grupo de pesquisadores dos EUA afirma ter descoberto uma droga que, injetada em pacientes de mal de Alzheimer, alivia em poucos minutos os sintomas da doença, que causa perda da memória. Cientistas do Instituto de Pesquisa Neurológica da Universidade da Califórnia, que iniciaram um teste clínico com a droga, afirmam que já trataram cerca de 50 pacientes com o novo fármaco e que 90% deles apresentaram melhora.
O resultado, contudo, é preliminar, já que ainda não foi avaliado por pesquisadores independentes para uma publicação científica, como é de praxe. O sucesso inicial do ensaio clínico foi divulgado à imprensa na forma de vídeos de pacientes tratados com a droga, batizada de etanercept.
Em um deles, um portador de Alzheimer com 82 anos de idade, que não reconhecia a mulher havia anos, cumprimenta-a pelo nome cinco minutos após receber a droga.
A notícia foi divulgada anteontem pela rede de TV britânica BBC, o que causou uma enxurrada de ligações para a Sociedade de Alzheimer do Reino Unido. Especialistas afirmam porém, que ainda é preciso encarar os resultados da droga com cautela, já que eles ainda não foram comparados sistematicamente com um medicamento comum para tratar o mal de Alzheimer.
O etanercept, na verdade, não é uma nova droga, amas os pesquisadores da Califórnia inventara uma nova maneira de de usá-lo, injetando-o na medula espinhal na região das vértebras cervicais, na nuca. O método facilita a passagem de moléculas do fármaco do sangue para o tecido cerebral.
A droga já é usada hoje contra artrite, pois bloqueia a disseminação de uma molécula que causa inflamação e dor nas juntas. Acredita-se que essa substância previna inflamações no cérebro, e assim ajude a preservar funções cerebrais.

Alívio em sintomas
"O que vemos é uma melhora na habilidade para pensar e calcular, melhora da memória e aumento da habilidade verbal; os pacientes acham as palavras mais facilmente", diz Edward Tobinick, médico que lidera a pesquisa. "Eles também parecem mais felizes e nós notamos com freqüência uma melhora na locomoção de pacientes."
Segundo os cientistas, a melhora dos pacientes no teste aumentou até o terceiro mês de tratamento, em geral, e depois se estabilizou. Pacientes que aderiram a um teste-piloto da droga já estão sendo tratados há três anos, diz o grupo.
"Os resultados são entusiasmantes, mas nós precisamos tratar o estudo com cautela", disse Suzanne Sorenson, presidente da Sociedade Alzheimer.


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