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Droga antiartrite tem sucesso em testes contra mal de Alzheimer
Medicamento experimental levou a melhora em 90% dos casos, diz cientista
DO "INDEPENDENT"
Um grupo de pesquisadores
dos EUA afirma ter descoberto
uma droga que, injetada em pacientes de mal de Alzheimer,
alivia em poucos minutos os
sintomas da doença, que causa
perda da memória. Cientistas
do Instituto de Pesquisa Neurológica da Universidade da
Califórnia, que iniciaram um
teste clínico com a droga, afirmam que já trataram cerca de
50 pacientes com o novo fármaco e que 90% deles apresentaram melhora.
O resultado, contudo, é preliminar, já que ainda não foi avaliado por pesquisadores independentes para uma publicação científica, como é de praxe.
O sucesso inicial do ensaio clínico foi divulgado à imprensa
na forma de vídeos de pacientes
tratados com a droga, batizada
de etanercept.
Em um deles, um portador
de Alzheimer com 82 anos de
idade, que não reconhecia a
mulher havia anos, cumprimenta-a pelo nome cinco minutos após receber a droga.
A notícia foi divulgada anteontem pela rede de TV britânica BBC, o que causou uma
enxurrada de ligações para a
Sociedade de Alzheimer do
Reino Unido. Especialistas
afirmam porém, que ainda é
preciso encarar os resultados
da droga com cautela, já que
eles ainda não foram comparados sistematicamente com um
medicamento comum para tratar o mal de Alzheimer.
O etanercept, na verdade,
não é uma nova droga, amas os
pesquisadores da Califórnia inventara uma nova maneira de
de usá-lo, injetando-o na medula espinhal na região das vértebras cervicais, na nuca. O método facilita a passagem de moléculas do fármaco do sangue
para o tecido cerebral.
A droga já é usada hoje contra
artrite, pois bloqueia a disseminação de uma molécula que
causa inflamação e dor nas juntas. Acredita-se que essa substância previna inflamações no
cérebro, e assim ajude a preservar funções cerebrais.
Alívio em sintomas
"O que vemos é uma melhora
na habilidade para pensar e calcular, melhora da memória e
aumento da habilidade verbal;
os pacientes acham as palavras
mais facilmente", diz Edward
Tobinick, médico que lidera a
pesquisa. "Eles também parecem mais felizes e nós notamos
com freqüência uma melhora
na locomoção de pacientes."
Segundo os cientistas, a melhora dos pacientes no teste aumentou até o terceiro mês de
tratamento, em geral, e depois
se estabilizou. Pacientes que
aderiram a um teste-piloto da
droga já estão sendo tratados
há três anos, diz o grupo.
"Os resultados são entusiasmantes, mas nós precisamos
tratar o estudo com cautela",
disse Suzanne Sorenson, presidente da Sociedade Alzheimer.
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