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OUTRO LADO
Qualquer investimento tem risco, diz presidente do CNPq
DE CUIABÁ
A seleção do bolsistas do
CNPq é "muito séria e criteriosa", mas não está imune
aos riscos de qualquer investimento, diz o presidente da
instituição, Carlos Aragão.
Entre 1981 e 2009, segundo ele, o CNPq concedeu cerca de 34 mil bolsas no exterior, tendo identificado irregularidades em cerca de 1%.
"Do ponto de vista global,
o estudante brasileiro que vai
o exterior retorna, se integra,
participa da comunidade e
encontra espaço no mercado
de trabalho", afirma.
A entidade fechou 2009
com 579 bolsistas no exterior.
"O número está baixo e o plano é dobrar as vagas. Entre as
décadas de 1980 e 1990, já
chegamos a ter mais de
6.000 bolsistas", diz.
Segundo Aragão, a seleção dos candidatos, especialmente na última década,
passou levar em conta o grau
de vínculo ao país, seja ele
empregatício ou a um programa de pós-graduação.
"Quando o bolsista não
volta, nós temos um prejuízo, não resta a menor dúvida.
Para nós, seria muito mais interessante que esses estudantes contribuíssem com o
esforço de avançar com a
ciência, a tecnologia e a inovação no Brasil", disse.
O presidente diz que, na
maior parte dos casos, o descumprimento é motivado por
"questões pessoais". "Os casos são os mais variados. Alguma oferta de emprego
mais atraente, por exemplo."
Em nota encaminhada à
Folha, a Capes disse que
propostas de trabalho e a
constituição de família no
exterior são os principais
motivos que levam pesquisadores a descumprir as cláusulas de retorno ao país.
Em 2009, a instituição
mantinha 4.344 bolsistas no
exterior -a maior parte
(1.682) na modalidade chamada de doutorado-sanduíche, com o início e a conclusão do curso feitos no Brasil.
Para incentivar a volta, a
Capes mantém programas
para fixação de doutores recém formados.
(RV)
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