São Paulo, terça-feira, 12 de dezembro de 2006

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BIOÉTICA

Clínicas usam embriões com mal genético

DA REDAÇÃO

Uma pesquisa que sondou 190 clínicas de reprodução assistida nos Estados Unidos revela que 3% delas já havia selecionado embriões com defeitos genéticos, a pedido de casais, para uso em tratamentos de fertilização in vitro. A divulgação do levantamento -que deve ser publicado na revista especializada "Fertility and Sterility"- foi antecipada neste final de semana pelo médico Darshak Sanghavi, em artigo escrito para o jornal "The New York Times".
Segundo Sanghavi, o procedimento tem sido solicitado por casais com defeitos genéticos -sobretudo nanismo e surdez hereditária- que pretendem recorrer a diagnóstico genético pré-implantação (PGD, na sigla em inglês). A intenção, porém, é selecionar embriões com o mesmo problema antes de levá-los ao útero.
Ter filhos com o mesmo tipo de deficiência, alegam, seria uma forma de tornar as crianças mais próximas dos pais. O estudo citado por Sanghavi, liderado pela pesquisadora Suzana Baruch, da Universidade Johns Hopkins, reflete uma tendência de casais a tratar suas anomalias genéticas mais como traços culturais do que como doenças.
Robert Stillman e Yury Verlinsky, chefes de clínicas de fertilidade entrevistados pelo "Times", afirmam que recebem pedidos como esse com alguma freqüência, mas se negam a fazer a "seleção negativa" do embrião. Nenhum dos dois médicos, porém, se opõe a encaminhar um casal que solicita o serviço a outros que o façam.
Os nomes das clínicas que declararam à pesquisa ter realizado a seleção de embriões com defeitos não foram divulgados.


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