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Aumenta número de bolsistas
que não voltam, diz governo
Segundo controladoria, foram 62 processos em 2008 e 107 em 2009
DIMMI AMORA
DE BRASÍLIA
Em seis meses deste ano já
são 82 os processos enviados
ao TCU (Tribunal de Contas
da União) pedindo ressarcimento a bolsistas que receberam para estudar no exterior
e não voltam ou não prestam
conta das verbas usadas.
De acordo com dados disponíveis no site da Controladoria-Geral da União, em todo o ano de 2009 foram 107, e
em 2008, 62 novos processos.
A média mensal de processos de cobrança enviados ao
TCU foi de 5,1 há dois anos.
Em 2009, foram 8,9 e este
ano já está em 13,6.
Conforme a Folha mostrou ontem, o TCU já condenou 48 bolsistas desde 2008
que foram estudar no exterior e não retornaram. Pela
regra, eles devem voltar ao
país e trabalhar por pelo menos três anos no Brasil.
O CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico),
que financia a maioria das
bolsas e pesquisas, avalia em
R$ 100 milhões o valor das
cobranças desse tipo.
Para reaver o dinheiro, os
órgãos de incentivo à pesquisa iniciam os procedimentos
que vão para a CGU.
A Controladoria abre as
chamadas Tomadas de Contas Especiais (TCEs). Após a
apuração, constatada a irregularidade, a CGU manda o
processo para o TCU que determina ou não a devolução.
MILIONÁRIAS
Algumas dívidas estão acima de R$ 1 milhão. Mas nem
todas são de quem está fora
do país. Parte dos recursos
foram para projetos que não
tiveram suas prestações de
contas aprovadas.
É o caso de Maria do Socorro Vieira Marques. Ela recebeu R$ 520 mil para a realização de cursos em Roraima
quando trabalhava na secretaria estadual da Saúde. As
contas não foram aprovadas
e ela está agora sendo cobrada a devolver de R$ 1,4 milhão (valor corrigido).
Marques afirma que os
cursos foram realizados no
início da década. A prestação
de contas ficou sob responsabilidade de uma nova gestão,
que não a fez. "Está sendo
um transtorno para mim. Já
me colocaram num cadastro
de devedores e cortaram meu
cheque especial", conta.
A Folha tentou novamente ouvir ontem a família do
ex-bolsista Jorge Campello
de Souza, que deve quase R$
1 milhão ao governo. Ninguém atendeu ao telefone.
Na semana passada, a Folha conseguiu falar com um
irmão do ex-bolsista e deixou e-mail para contato, mas
não houve resposta. O advogado que fez a defesa de
Campello disse que não poderia comentar o caso.
Não foi possível localizar
outra ex-bolsista, Rogéria
Waismann. Uma tentativa de
contato foi feita por um endereço de e-mail, mas não
houve resposta. Ela não
apresentou defesa ao TCU.
Colaborou Rodrigo Vargas, da Agência
Folha
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