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Situação é pior ainda ao sul do equador
RAFAEL GARCIA
ENVIADO ESPECIAL AO RIO
Enquanto cientistas dos
EUA lutam para manter o
monitoramento de asteroides no céu do hemisfério
Norte, no hemisfério Sul a situação é bem mais precária,
diz uma astrônoma brasileira que se dedica ao tema.
"Existe um projeto de varredura do céu na Austrália
[no Observatório de Siding
Spring], que está sendo desativado agora; é o único que
estava efetivamente monitorando o hemisfério Sul", diz
Daniela Lazzaro, do Observatório Nacional, no Rio.
A única iniciativa que existe agora no céu abaixo do
equador é um telescópio do
Uruguai, no Observatório
Los Molinos, que não é tão
bom para descobrir novos
objetos -é usado mais para
acompanhar cometas e asteroides já descobertos.
"A maioria dos objetos que
são descobertos no hemisfério Norte se perde no céu do
Sul, porque não tem ninguém para prosseguir com a
observação", diz Lazzaro,
coordenadora da assembleia
da União Astronômica Internacional, que ocorre no Rio.
A pesquisadora tenta agora resolver trâmites burocráticos para instalar um telescópio alemão em Motoxó
(PE), o Impacton, de um metro de largura. O projeto será
dedicado apenas ao acompanhamento de asteroides.
"Era para o telescópio já
estar funcionando", diz a
cientista. "Foram abertas
concorrências para as quais
ninguém se candidatou. Mas,
quando as obras começarem,
em dois meses o telescópio
estará operando."
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