São Paulo, sexta-feira, 13 de outubro de 2006

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Aquecimento seca lagos do Alasca, afirma estudo

Redução foi detectada em 10 mil corpos d'água

DA REDAÇÃO

Um estudo feito com imagens aéreas e de satélite coletadas ao longo de mais de 50 anos acaba de identificar as novas vítimas do aquecimento global: os lagos glaciais da América do Norte. De 1950 a 2002, mais de 10 mil desses corpos d'água diminuíram de tamanho ou secaram completamente em nove regiões do Alasca.
A estimativa foi feita por um trio de cientistas da Universidade do Alasca em Fairbanks, EUA, e publicada no periódico "Geophysical Research". Eles dizem que a área dos lagos em cada uma das regiões caiu entre 31% e 4% no período, acompanhando a elevação da temperatura na região. O ressecamento dos lagos foi acelerado a partir dos anos 1970.
A perda de água ocorreu sobretudo nas regiões baixas e interiores do Estado, que também experimentaram no período verões mais longos, maior derretimento do permafrost (solo congelado, que ocorre em faixas descontínuas nas zonas onde os lagos estão sumindo) e maior evaporação.
Não houve mudança no regime de chuvas da região, o que leva os cientistas a crer que o nível do lençol freático no Alasca esteja abaixando.
Isso tem conseqüências potencialmente devastadoras para o clima da Terra. Regiões polares, como o Alasca, estocam grande quantidade de carbono e metano em seus solos, na forma de matéria vegetal morta cuja decomposição é impedida pelo frio e pela água. Exposto ao ar, o solo ártico é atacado com voracidade por bactérias, o que libera mais carbono ainda para a atmosfera, agravando o efeito estufa.


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