São Paulo, sexta-feira, 13 de dezembro de 2002

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Caranguejos escapam das limitações

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AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

Presente na lista de animais ameaçados, o caranguejo guaimum -também conhecido popularmente como guaiamu, goiamum ou goiamu, mas cujo nome científico é Cardisoma guanhumi- vai receber tratamento especial do Ibama.
Ao contrário do que deve ocorrer com as outras espécies do estudo, não haverá proibição ou qualquer norma que limite a pesca do animal.
O motivo é que o guaimum é de extrema importância para cerca de 1 milhão de pessoas, que, segundo o Ibama, vivem da sua coleta em manguezais.
"Se incluíssemos o animal na lista, as pessoas que vivem da coleta teriam de ser presas por crime ambiental", disse o presidente do instituto, Rômulo Mello.
O fator que mais acarretou na redução da população do guaimum é a chamada sobrepesca -ou seja, coleta excessiva.
Um dos locais em que o fato ocorre é a praia do Futuro, em Fortaleza, diz Mello. Lá, os moradores coletam o caranguejo e o vendem por, em média, R$ 0,15. Com o preço baixo, disse o presidente do Ibama, o pescador é obrigado a coletar grandes quantidades do guaimum para conseguir se sustentar.
É nesse ponto que o instituto pretende inicialmente atuar, provocando uma ligeira "inflação" no preço do caranguejo, para tentar contornar o problema. "Temos que conseguir um meio de organizar essa coleta, não de proibi-la", afirmou.
Mello lembra também que os manguezais vêm sendo atingidos por desastres ambientais, o que, juntamente com a coleta sem limites, tem colocado o caranguejo na situação em que está.
O risco em que está o guaimum é relativamente o mais baixo entre os que se encontram relacionados na lista dos ameaçados. (LW)


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