São Paulo, quinta-feira, 14 de abril de 2011

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Estudo ataca suposta existência de uma "gramática universal"

Frase só teria traços comuns em línguas com algum parentesco

REINALDO JOSÉ LOPES
EDITOR DE CIÊNCIA

Uma pesquisa que acaba de chegar às páginas da revista científica "Nature" ataca a ideia de que as cerca de 7.000 línguas do planeta possuem certos traços profundos que seriam comuns.
A equipe liderada pelo neozelandês Russell Gray diz que a evolução dos idiomas é um negócio de família.
"Família" no sentido linguístico do termo, claro. Certas línguas são membros de um grupo, originado a partir de um ancestral comum. É o caso do português, do espanhol e do francês, todos descendentes do velho latim.
Contudo, para certos linguistas, haveria características universais na estrutura das línguas, que transcenderiam o nível das famílias.
Um exemplo disso seria a ocorrência conjunta, nas frases, de certos tipos de ordem de palavras. No português, por exemplo, o normal é tanto o verbo vir antes do objeto ("chutar a bola") quanto a preposição vir antes do substantivo ("no gol"). Se a ordem se invertesse num dos casos, também ficaria invertida no outro (com verbo e preposição vindo depois, digamos).
Ao analisar mais de um terço das línguas do mundo, porém, Gray e companhia viram que essa correlação só acontecia no interior das famílias linguísticas, ou seja, quando havia relações de parentesco claras entre os idiomas.


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