|
Texto Anterior | Índice | Comunicar Erros
Estudo ataca suposta existência de uma "gramática universal"
Frase só teria traços comuns em línguas com algum parentesco
REINALDO JOSÉ LOPES
EDITOR DE CIÊNCIA
Uma pesquisa que acaba
de chegar às páginas da revista
científica "Nature" ataca
a ideia de que as cerca de
7.000 línguas do planeta possuem certos
traços profundos
que seriam comuns.
A equipe liderada pelo neozelandês
Russell Gray diz
que a evolução dos idiomas é
um negócio de família.
"Família" no sentido linguístico
do termo, claro. Certas
línguas são membros de
um grupo, originado a partir
de um ancestral comum. É o
caso do português, do espanhol
e do francês, todos descendentes
do velho latim.
Contudo, para certos linguistas,
haveria características
universais na estrutura
das línguas, que transcenderiam
o nível das famílias.
Um exemplo disso seria a
ocorrência conjunta, nas frases,
de certos tipos de ordem
de palavras. No português,
por exemplo, o normal é tanto o verbo
vir antes do objeto
("chutar a bola") quanto a
preposição vir antes do substantivo
("no gol"). Se a ordem
se invertesse num dos casos,
também ficaria invertida no
outro (com verbo e preposição
vindo depois, digamos).
Ao analisar mais de um terço
das línguas do mundo, porém,
Gray e companhia viram
que essa correlação só acontecia
no interior das famílias
linguísticas, ou seja, quando
havia relações de parentesco
claras entre os idiomas.
Texto Anterior: Túnel do tempo Índice | Comunicar Erros
|