São Paulo, sábado, 14 de maio de 2011

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ANÁLISE

Manipular insetos pode ser mais eficaz do que tratar gente

REINALDO JOSÉ LOPES
EDITOR DE CIÊNCIA

Mesmo parasitas extremamente simples, como os vírus (que para muita gente nem chegam a estar propriamente vivos), têm se mostrado capazes de manipular o comportamento das vítimas.
Nesse ponto, a descoberta dos pesquisadores da Fiocruz é esperada. O caso mais emblemático de "controle mental" desse tipo é o da toxoplasmose.
Quando invade o organismo de roedores, o Toxoplasma gondii, micróbio da doença, faz os bichos perderam seu medo ancestral do cheiro de xixi de gato.
Tudo indica que se trata de um ardil para "incentivar" os ratos a ir parar na barriga de um gato -esse sim o hospedeiro preferencial do micróbio, porque é nas tripas de felinos que ele consegue se reproduzir por meio do sexo.
Entender esse tipo de fenômeno é crucial porque pode "libertar" os cientistas da necessidade de intervir no organismo humano em doenças como a dengue. Bastaria manipular o do inseto hospedeiro, o qual, afinal, também é invadido pelo parasita.
Um exemplo interessante disso está na revista "Science" desta semana: cientistas mostraram que certas bactérias podem "vacinar"o mosquito transmissor da malária contra o plasmódio, microorganismo da doença.
Em tese, portanto,uma estratégia antimalária poderia envolver uma sopa de bactérias ministrada ao inseto.


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