São Paulo, terça-feira, 14 de setembro de 2010

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Graduação não tradicional complica entrada no mercado

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
DE SÃO PAULO

Quando a formação na graduação já é multidisciplinar, a vida dos potenciais candidatos a concursos públicos fica ainda mais difícil.
É isso que acontece com Antonio Guimarães, formado em ciências moleculares pela USP. Ele fez pós-graduação (mestrado, doutorado e pós-doutorado) em física.
"Tive problemas em um concurso da Unifesp [Universidade Federal de São Paulo], em que o edital exigia graduação em física", conta.
Ele submeteu sua inscrição e, depois de ter sido negada, recorreu. Mas perdeu o recurso. "Só quando reclamei com o reitor aceitaram minha inscrição", revela.
História parecida aconteceu com Daniel Kerr, também formado em ciências moleculares. Ele foi contratado como professor na Udesc (Universidade do Estado de Santa Catarina), mas se deu mal quando tentou uma vaga para efetivo de química e bioquímica aplicada.
A exigência era graduação em "engenharia ambiental, sanitária ou química, bacharelado em química ou química industrial ou áreas afins".
"Eu me enquadrava como áreas afins. Mas minha inscrição não foi homologada sob justificativa de que ciências moleculares não é afim à química", explica.
Para Kerr, o pano de fundo desses problemas são os editais mal escritos. "Um departamento pode delimitar o perfil de um profissional, mas não deve usar a homologação para restringir candidatos", conclui. (LGB e SR).


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