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Pesquisa reprova voz dos atores brasileiros
Novo método avalia articulação, sonoridade e intensidade da voz
A técnica, que utiliza softwares avançados de análise acústica, foi criada por uma equipe de cientistas da Unesp
SABINE RIGHETTI
DE SÃO PAULO
Não basta ter talento. Para
pesquisadores da Unesp
(Universidade Estadual Paulista), falta preparo na voz de
atores e atrizes do Brasil- requisito fundamental para se
manter na profissão.
A avaliação é de fonoaudiólogos que estudaram- e
reprovaram - as vozes de artistas a partir de um novo
protocolo desenvolvido na
própria Unesp.
A metodologia contou
com análise acústica computadorizada para avaliar a articulação, sonoridade, qualidade e intensidade da voz.
Diferentemente da avaliação com técnicas tradicionais, o novo protocolo permitiu destacar diferenças sutis
entre vozes "normais" (sem
treinamento) e "supranormais" (com treino).
"Nossos atores e atrizes
não passaram no teste, ao
contrário dos atores de outros países", diz a fonoaudióloga Suely Master, que fez
seu doutorado no tema.
As vozes dos artistas avaliados não apresentaram o
chamado "formante do
ator", ou seja, um pico na região de 2 a 4 kHz no espectro
de som. Isso significa que o
grupo não aguentaria muito
tempo de palco sem prejudicar as cordas vocais.
NOVOS PARÂMETROS
A metodologia desenvolvida na Unesp, de acordo com
Master, facilita o treinamento da voz do ator "que pode
ver a sua evolução no espectro da sua voz".
"Os atores precisam se
conscientizar de que é preciso ter uma boa técnica para
poder se expressar livremente. A voz produzida com menos esforço pode durar ao
longo dos anos", completa.
A pesquisadora alerta ainda que o trabalho de voz é
bastante antigo (data da época do teatro grego), mas o
treinamento modificou-se
bastante neste ultimo século.
"Seria bom se os atores desenvolvessem sua voz como
fazem os cantores líricos",
completa a especialista.
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