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Astrônomos conseguem detectar atmosferas de mais dois planetas
Observação é primeira fora do Sistema Solar que dispensou telescópio espacial
DA FRANCE PRESSE
Duas equipes de astrônomos
anunciaram ontem ter conseguido detectar a presença de atmosferas em um planeta fora
do Sistema Solar -pela primeira vez sem a ajuda de um telescópio espacial. Artigos publicados pelos dois grupos, que não
têm relação entre si, abrem
uma nova perspectiva para o
estudo desses corpos celestes
difíceis de encontrar.
Até agora, apenas cerca de
300 dos chamados exoplanetas
foram detectados: um número
bem menor do que teóricos
acreditam que exista na Via
Láctea, a nossa galáxia. Além
disso, praticamente tudo o que
se sabe sobre atmosferas desses
corpos se baseia em dados do
Telescópio Espacial Spitzer,
que observa na faixa dos raios
infravermelhos, mas está a
poucos anos de se aposentar.
Agora, porém, gases que recobrem planetas de dimensão
similar a Júpiter foram detectados pelo equipamento principal do ESO -o Observatório
Europeu do [Hemisfério] Sul-
e pelo telescópio Magellan Baade, ambos no Chile. As equipes
que fizeram a descoberta são da
Instituição Carnegie, de Washington, e do Instituto Astrofísico de Paris. Ambas estavam
estudando a mesma estrela e
identificaram o mesmo planeta, batizado ao final com a sigla
OGLE-TR-56b.
Clima hostil
Segundo Mercedez Lozes-Morales, da Instituição Carnegie, a detecção foi possível porque o planeta encontrado apresentava condições ideais para
tal. "A receita do sucesso é um
planeta que emita muito calor,
mas quase não tenha vento em
sua atmosfera", afirma.
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