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Democratas, especialistas e ONGs
rejeitam proposta de presidente
DA REDAÇÃO
Mal foi apresentado, o plano B
contra mudanças climáticas de
George W. Bush já começou a receber críticas. Elas vêm de grupos
ambientalistas dos EUA e dos
principais rivais do presidente na
questão: os democratas, que consideram a proposta inócua.
"Em vez de aceitar um acordo
endossado por mais de 170 nações, o presidente lançou um plano que cai muito abaixo das necessidades da América e do Mundo", disse ontem o ex-vice-presidente democrata Al Gore, maior
negociador dos EUA em Kyoto.
Para Carl Pope, diretor do grupo ambientalista Sierra Club, a
proposta não poderia ser mais hipócrita. "Lamentavelmente a administração Bush usa o Dia dos
Namorados [comemorado ontem nos EUA, como o Dia de São
Valentim" para dar um presente
de amor aos contaminadores que
financiaram sua campanha", diz.
Christopher Flavin, presidente
do Worldwatch Institute, contemplou os dois lados em nota à
imprensa. "Apreciamos que a administração Bush esteja mudando sua posição. Estou, entretanto,
preocupado com a adequação do
comprometimento que está sendo feito e em particular que a administração projete aumentar as
emissões dos EUA pelo menos
mais 12% nos próximos dez anos.
Isso irá deixar os EUA produzindo pelo menos 35% mais gases-estufa em 2010 do que seria permitido por Kyoto."
"Esse pacote é uma prova de
que a pressão funciona", disse ontem José Goldemberg, secretário
do Meio Ambiente de São Paulo e
um dos articuladores técnicos do
Protocolo de Kyoto. "Mas não resolve o problema", afirmou.
Segundo Goldemberg, ao atrelar a redução das emissões ao
crescimento do PIB, Bush está
contornando o problema. "Eles
estão apostando no crescimento
econômico", afirmou.
Se a economia crescer mais depressa que as emissões, no setor
de serviços, por exemplo, o PIB
aumenta, mas a razão entre PIB e
gases-estufa diminui. "Se a economia estagnar, não vão conseguir alcançar a meta", afirmou
Goldemberg. "É um subterfúgio
muito sofisticado."
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