São Paulo, segunda-feira, 15 de agosto de 2011

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Brasil ganha acesso para buscar planetas 'gêmeos' da Terra

Pesquisa de astrônomo da USP vai monitorar estrelas similares ao Sol em aparelho de alta precisão no Chile

Composição dos astros será analisada porque suspeita-se que ela tenha relação com a formação de planetas

ESO/Divulgação
Telescópio em La Silla, na região sul do deserto do Atacama, no Chile

SALVADOR NOGUEIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Um grupo liderado por um astrônomo do Brasil pode desvendar o que leva certas estrelas, como o Sol, a abrigar planetas como o nosso, rochosos e pequenos.
Essa é a primeira grande investida brasileira na busca por mundos extrassolares com telescópios em solo.
O estudo se viabilizou graças ao acesso recém-obtido pelo Brasil para solicitar tempo de observação nos telescópios do ESO (Observatório Europeu do Sul).
Foi isso que a equipe de Jorge Meléndez, peruano que trabalha no IAG (Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas) da USP, conseguiu aprovação num projeto que pode revelar segredos sobre os planetas fora do sistema solar.

COMPOSIÇÃO QUÍMICA
Antes de 1995, quando o primeiro planeta fora do Sistema Solar orbitando uma estrela parecida com o Sol foi encontrado, os astrônomos já desconfiavam que deveria haver muitos sistemas planetários lá fora.
Meléndez e seus colegas agora pretendem testar a hipótese de que a presença de planetas terrestres como o nosso pode estar correlacionada à composição química do Sol, que é incomum se comparada com estrelas similares, com quantidade inferior de elementos pesados como ferro e níquel.
Isso será feito com o Harps, espectrógrafo (ferramenta que decompõe a luz para analisá-la) de alta precisão do ESO que fica acoplado a um telescópio no Chile. Harps é o principal instrumento da mais bem-sucedida equipe de caçadores de planetas, liderada por Michel Mayor, do Observatório de Genebra.
O grupo conseguiu 88 noites de observação, distribuídas em quatro anos, para monitorar 66 gêmeas solares -estrelas que são praticamente iguais ao Sol, em termos de tamanho e temperatura.
E, com outro telescópio, a equipe obterá informações sobre a composição desses astros, para ver como a distribuição de elementos pesados se compara à do Sol.


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