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AMBIENTE
Premiê britânico desafia EUA ao anunciar que fará do combate ao aquecimento global prioridade de sua ação no G-8
Blair diz que efeito estufa é ameaça global
DA REDAÇÃO
O premiê do Reino Unido,
Tony Blair, prometeu ontem que
seu governo iria forçar a ação internacional para combater a
ameaça do aquecimento global,
apesar da relutância de potências
como os EUA. Ele afirmou que o
tempo para enfrentar o problema
está se esgotando.
Blair prometeu fazer da questão
ambiental um dos focos do Reino
Unido quando presidir a cúpula
do G-8, no ano que vem, e disse
que vai pressionar pelo maior
compromisso global no corte das
emissões de gases que causam o
efeito estufa, cujo "poder destrutivo pode se tornar irreversível".
Num discurso ontem no centro
de Londres, Blair notou que os
EUA de George W. Bush -principal aliado britânico- tinham
abandonado o Protocolo de Kyoto, único acordo multilateral existente para cortar as emissões de
gases como o dióxido de carbono.
Mas ele sugeriu que a posição de
Washington estava se suavizando, e que o governo norte-americano passou a aceitar os argumentos científicos.
"As mudanças climáticas serão
uma das prioridades da nossa
presidência do G-8 no ano que
vem", disse. "Eu não subestimo as
dificuldades. Esse continua sendo
um tema politicamente delicado
em muitos países. Mas é imperativo que tentemos."
O primeiro-ministro disse que
iria buscar um acordo entre os sete países mais ricos do mundo e a
Rússia (membros do Grupo dos
8) sobre a ameaça representada
pelo aquecimento global e "um
processo para acelerar a ciência, a
tecnologia e outras medidas necessárias para enfrentá-la".
Também falou em persuadir
países fora do bloco, especialmente os grandes poluidores do
Terceiro Mundo, Índia e China, a
agirem na redução de emissões.
O aumento anormal da temperatura da Terra, que foi de 1C no
último século, é causado pela
emissão excessiva de gases como
o dióxido de carbono pela queima
de combustíveis fósseis. Esses gases aprisionam o calor irradiado
pela Terra na atmosfera.
"Mesmo se houver só 50% de
chances de que a evidência científica está certa, a necessidade de
agir será clara", disse o premiê.
"Mas claro que essas chances são
bem maiores que 50%."
Ele apontou para as condições
climáticas violentas neste ano e
disse que os países ricos criaram a
maior parte do problema, enquanto os pobres arcaram com as
conseqüências. "Os países mais
pobres vão sofrer mais."
O premiê britânico desempenha o papel duplo de aliado de
primeira hora de Bush em todas
as questões internacionais -em
especial na guerra no Iraque- e,
ao mesmo tempo, líder de uma
das maiores potências de uma
União Européia "verde", que
apoiou o acordo de Kyoto e tem se
esforçado para salvá-lo desde
março de 2001, quando a rejeição
de Bush ao protocolo praticamente enterrara o debate.
Anteontem, o líder da oposição
britânica Michael Howard (conservador) afirmou que a incapacidade de Blair de convencer Washington a mudar de opinião na
questão climática demonstrava
sua impotência diante de Bush.
Grupos ambientalistas disseram que a intervenção do primeiro-ministro era bem-vinda, mas
alguns críticos disseram já ter visto o premiê falar apaixonadamente sobre o assunto antes, sem tomar providências.
Com agências internacionais
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