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Polo Norte pode degelar já em 2019
Em até dez anos, diz estudo, Ártico será um oceano aberto durante os verões; região será navegável
Para ambientalista, degelo vai agravar mudanças climáticas e pode causar inundações que afetarão um quarto do planeta
Martin Hartley/Associated Press
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Pesquisador se prepara para nadar em meio ao gelo no Ártico
DA ASSOCIATED PRESS
Dentro de uma década, o polo Norte vai ser um grande
oceano aberto -sem gelo- durante o verão. A previsão científica, anunciada ontem, é do
projeto Catlin Arctic Survey, liderado por Pen Hadow, tradicional explorador polar. O grupo analisou o comportamento
do gelo ártico por três meses.
Os cientistas mediram várias
características do gelo na parte
norte do mar de Beaufort, ao
redor do polo Norte. A maior
parte do gelo da região tem ao
redor de 1,8 metro de espessura. Por ser fino, tudo isso vai
derreter no próximo verão, estimam os cientistas.
O problema é que a região estudada, tradicionalmente,
apresenta várias camadas de
gelo. As mais velhas não costumam derreter tão rápido.
"Como grande parte da região é agora recoberta por um
gelo de menos de um ano, claramente ela está mais vulnerável", afirma Peter Wadhmas,
pesquisador da Universidade
de Cambridge que participou
das análises dos dados. "Toda a
área está agora mais suscetível
a se transformar em uma grande zona aberta a cada verão",
diz Wadhmas.
Novo consenso
De acordo com o pesquisador, os dados do projeto Catlin
corroboram o novo consenso
de que os verões no Ártico não
terão mais gelo dentro de 20
anos e que o grande decréscimo
na formação desse gelo vai
ocorrer nos próximos dez anos.
"O oceano Ártico desempenha uma posição central no sistema climático da Terra", diz
Martin Sommerkorn, da ONG
WWF. Um impacto na região,
portanto, poderia ter consequências em áreas bem distantes do polo Norte.
"Esse processo poderá causar inundações que afetarão
um quarto da população mundial, aumentar de forma substancial as emissões de gases-estufa [que costumam ser aprisionados pelo gelo] e provocar
mudanças climáticas extremas", diz o ambientalista.
A abertura definitiva do Ártico, pelos menos durante os verões boreais, poderá ainda ter
um impacto econômico.
O rápido degelo da região, dizem os analistas, poderia criar
uma rota oceânica regular entre os oceanos Atlântico e Pacífico, o que provavelmente passaria a ser explorado pelas empresas de navegação.
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