São Paulo, quarta-feira, 17 de janeiro de 2007

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Grupo lança projeto para salvar animal "estranho"

Lista prioriza espécies evolutivamente isoladas

Sociedade Zoológica de Londres
Um filhote de lóris-delgado

DA ASSOCIATED PRESS

Não é sempre que animais como o wombat e o lóris-delgado aparecem na mídia, mas essas criaturas estranhas são agora o foco de um programa para proteger alguns dos mamíferos mais raros.
O projeto, lançado ontem pela Sociedade Zoológica de Londres, destaca cem espécies selecionadas em razão de sua peculiaridade e grau de perigo que enfrentam. A falta de outros animais evolutivamente próximos aos que foram escolhidos torna a preservação urgente.
"Há coisas que são insubstituíveis", diz Jonathan Baillie, um dos biólogos que coordenam o programa. Vários dos bichos escolhidos são os representantes únicos de grupos amplos que quase desapareceram.
O hipopótamo-pigmeu da África Ocidental, por exemplo, é a única espécie de seu gênero. Já o boto chinês baiji -que pode até já estar extinto- representa uma família inteira. Esses "fósseis vivos" carregam informação sobre como o mundo animal era milhões de anos atrás. O colocolo, dos Andes, por exemplo, é único marsupial de uma linhagem com mais de 40 milhões de anos.
No programa da Sociedade Zoológica, doadores são convidados a "patrocinar" uma dada espécie e acompanhar o seu progresso por meio do site www.edgeofexistence.org, criado para a iniciativa. O projeto precisa arrecadar cerca de US$ 1 milhão para prosseguir, afirmam os organizadores.
Segundo Baillie, o aspecto "estranho e maravilhoso" dos animais selecionados para o programa pode ser um atrativo para novos doadores. Para isso, há bichos de todos os tamanhos, desde a baleia-azul e o peixe-boi amazônico até o wombat, que pode ficar maior que um cachorro, e o lóris-delgado, que tem apenas 12 cm.
Outros deles têm características únicas na natureza. O morganho-opossum-das-montanhas, por exemplo, um mamífero de 30 gramas do grupo dos gambás, pode viver 12 anos -um recorde para seu peso.
"Não haverá nada como eles após eles partirem", diz Baillie.


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