|
Texto Anterior | Índice
CLIMA
Grupo adere a Kyoto e critica política do governo Bush
Prefeitos americanos montam liga para enfrentar aquecimento global
DO "NEW YORK TIMES"
Assustado com uma série de invernos secos numa cidade normalmente úmida, o prefeito de
Seattle (noroeste dos Estados
Unidos), Greg Nickels, iniciou um
esforço nacional para pôr em prática as medidas do Protocolo de
Kyoto contra o aquecimento global. Nickels, do Partido Democrata, diz que outros 131 prefeitos se
juntaram a uma coalizão para enfrentar o problema localmente,
numa rejeição implícita à política
do governo George W. Bush.
Segundo Nickels, os prefeitos
vêm de cidades tão liberais quanto Los Angeles e tão conservadoras quanto Hurst, no Texas, representando 29 milhões de pessoas em 35 Estados. A idéia é fazer
com que seus municípios atinjam
a meta estabelecida pelo protocolo: reduzir as emissões de gases-estufa, causadores do aquecimento global, em 7% (em relação aos
níveis de 1990) até 2012.
Na última quinta feira, o prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, trouxe a cidade para a coalizão, tornando-se o mais recente
republicano a entrar no grupo.
Para atingir a meta, Nickels afirmou que Seattle está pedindo que
os navios ancorados em seu porto
desliguem seus motores a diesel e
usem apenas a energia elétrica
disponibilizada pela cidade. E, até
o fim do ano, a Seattle City Light,
empresa de energia do município,
será a única dos EUA sem emissões de gases-estufa.
Já Salt Lake City (centro-oeste)
vai se tornar a maior compradora
de energia eólica do Estado de
Utah para conseguir cumprir sua
meta. Em Nova York, Bloomberg
vai tentar reduzir as emissões da
frota municipal comprando veículos híbridos, movidos a gasolina e energia elétrica.
O principal argumento do governo Bush para não aderir a
Kyoto -aplicar o protocolo traria problemas econômicos sérios
aos EUA- é contestado pelos
prefeitos, que dizem estar agindo
justamente por se preocuparem
com a vitalidade econômica de
suas cidades. Nickels, por exemplo, afirma que os invernos secos
e a projeção de diminuição das
geleiras nas montanhas perto de
Seattle ameaçam o suprimento de
água potável e energia hidroelétrica do município.
Já o prefeito de Nova Orleans, C.
Ray Nagin, do Partido Democrata, disse que entrou na coalizão
porque o aumento projetado dos
níveis dos oceanos "ameaça a
própria existência da cidade". Segundo Nickels, não é por acaso
que a maioria das cidades que se
aliaram a ele vêm de Estados costeiros. O prefeito de Alexandria,
Virgínia, está preocupado com o
aumento das enchentes, enquanto os governantes de cidades da
Flórida temem mais furacões.
Texto Anterior: Arqueologia: Múmias doentes contam história de romaria no Peru pré-hispânico Índice
|