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Lei anterior era prejudicial, dizem empresas
DA ENVIADA ESPECIAL AO VALE DO
RIBEIRA
As entidades que representam o setor da mineração e as
empresas que produzem energia para consumo próprio destacam os prejuízos econômicos
provocados pela legislação anterior, que impedia a degradação de cavernas para a realização de projetos.
Adriana Coli, coordenadora
socioambiental da Abiape (Associação Brasileira dos Investidores em Autoprodução de
Energia Elétrica), considera o
caso de Tijuco Alto, que em
2008 completou 20 anos de
concessão, emblemático.
"Cerca de R$ 100 milhões já
foram gastos em projetos, audiências públicas e compras de
propriedade; 60% da área da
usina já foi adquirida", diz.
Rinaldo Mancin, do Ibram,
conta que "só em Carajás [PA],
numa frente de lavra, existem
cerca de 1.200 cavernas". Se a
lei não mudasse, afirma, só se
poderia minerar 15% da área.
Segundo ele, o conflito entre
mineração e proteção de cavernas é inevitável. "Os mesmos
processos que levam à formação das cavernas levam à formação do minério."
Foi o que aconteceu em Rondônia, onde a maior caverna conhecida do Estado acabou degradada pela atividade de mineração de calcário na cidade
de Pimenta Bueno.
Dados
Ainda é preciso ampliar o conhecimento espeleológico no
Brasil. Não há consenso sequer
sobre o número de cavernas
existentes: a SBE tem registradas 4.684 grutas, enquanto o
Cecav (Centro Nacional de Estudo, Proteção e Manejo de Cavernas) possui 7.300.
Ambientalistas estimam que
70% das cavernas podem ser
destruídas com a nova lei. Porcentagem que Mancin descarta. "Esse dado não tem fundamento científico nenhum."
Ele garante que as empresas
obedecem as leis e que caberá
ao órgão licenciador o papel de
definir que cavernas poderão
ser destruídas. "Ninguém pode
mexer em caverna sem autorização. Além disso, nem toda caverna do país é de interesse para a mineração."
Ronaldo Crusco, responsável
pelo estudo de impacto ambiental de Tijuco Alto, diz que
não há problema no fato de a
avaliação da relevância da caverna ser contratada pelo empreendedor. Isso porque os técnicos que assinam o documento podem ser criminalizados no
caso de problemas nos laudos.
O governo deve apresentar,
em breve, os critérios que precisarão ser levados em conta na
avaliação das grutas.
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