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Aluno de pós poderá acumular
bolsa e atividade remunerada
CNPq e Capes permitirão trabalho relacionado à área de pesquisa
RICARDO MIOTO
DE SÃO PAULO
Alunos de pós-graduação
do CNPq (Conselho Nacional
de Desenvolvimento Científico Tecnológico) e da Capes
(Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior) poderão agora acumular suas bolsas com outras atividades remuneradas.
A "antiga reivindicação
dos bolsistas", nas palavras
dos CNPq, foi atendida ontem, quando uma portaria
assinada pelos presidentes
dos órgãos, Carlos Aragão,
do CNPq, e Jorge Guimarães,
da Capes, foi publicada no
Diário Oficial da União. A Fapesp (Fundação de Amparo à
Pesquisa do Estado de São
Paulo) já adotava política semelhante para bolsistas.
As atividades, porém, terão de ser aprovadas pelos
orientadores e informadas
aos programas de pós-graduação. Devem estar "relacionadas à área" do estudante e ser "de interesse para sua
formação", diz a portaria.
O texto cita "especialmente [atividades de] docência
nos ensinos de qualquer
grau". Segundo Aragão, os
orientadores evitarão que os
alunos dediquem um número excessivo de horas ao trabalho fora da universidade.
Muitos alunos bolsistas já
complementavam sua renda
com aulas antes da portaria.
Os inquéritos criados, diz
Aragão, eram "esforço inútil", porque é "muito recomendável que o aluno de pós
exerça atividades didáticas".
"Além disso, há áreas como engenharia ou medicina,
em que existia dificuldade
para manter estudantes vinculados aos cursos de pós-graduação", diz. Os alunos
recebiam ofertas de trabalho
com boas remunerações, e
era difícil evitar a evasão.
"A medida será boa para a
interação com empresas",
diz, argumentando que ela
vai permitir que empresas se
aproximem das universidades quando alunos de pós estiverem nos seus quadros.
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