|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
AMBIENTE
Proposta inclui aumento de energia renovável e de áreas de proteção
Latinos fecham plano para Rio +10
CLAUDIO ANGELO
EDITOR-ASSISTENTE DE CIÊNCIA
Ministros do Ambiente dos países latino-americanos e caribenhos fecharam ontem em São Paulo o plano da região para salvar do fiasco a Rio +10, conferência da ONU sobre ambiente e desenvolvimento sustentável que
marca os dez anos da Eco-92 e
ocorre no fim de agosto em Johannesburgo, África do Sul.
Entre os pontos da chamada
Iniciativa Latino-Americana e Caribenha para o Desenvolvimento
Sustentável estão a inclusão de
corredores ecológicos e zonas de
transição (entre savana e floresta,
por exemplo) na categoria de
áreas protegidas e o aumento do
uso de energias renováveis no planeta de 5% para 10% até 2010.
Também, será cobrada a destinação de 0,7% do PIB dos países
ricos para ajuda financeira aos
pobres, um compromisso da Eco-92 que ainda não foi cumprido.
A proposta energética, elaborada pelo secretário de Estado do
Meio Ambiente de São Paulo, José
Goldemberg, deve ser apresentada em Johannesburgo como uma
emenda ao documento-base da
conferência, o chamado documento do presidente. O texto
atual, negociado sob pressão dos
países árabes, prevê que o planeta
adote 5% de energias renováveis
(eólica e solar, por exemplo) no
mesmo período.
O projeto foi acatado até pela
Venezuela, país produtor de petróleo que ocupa atualmente a
presidência do G-77, o bloco dos
países pobres, ao qual pertence o
Brasil. Os venezuelanos, que acabam de sair de uma tentativa de
golpe contra o presidente Hugo
Chávez, precisam de apoio político dos vizinhos e resolveram ceder no item energia.
A iniciativa latino-americana
será apresentada no 4º Prepcom
(Comitê Preparatório para a Rio
+10), segunda-feira, em Bali (Indonésia). A esperança é que ela
sirva de base para decisões concretas durante a conferência de
Johannesburgo, que arrisca afundar em conversa diplomática.
"O principal impacto esperado
dessa carta [a iniciativa latino-americana" é político", disse o ministro do Meio Ambiente, José
Carlos Carvalho, que presidiu a
reunião que produziu a carta.
Ao levar uma proposta de consenso à cúpula de Johannesburgo,
os países latino-americanos e caribenhos esperam evitar que o encontro se limite a discutir problemas africanos e que as conversas
se percam nos 2.500 tópicos da
Agenda 21, a carta de intenções da
Eco-92, cuja implementação será
discutida na Rio +10.
"Esperamos transformar pelo
menos a proposta energética em
deliberação", disse Goldemberg.
Texto Anterior: Tecnologia: Nanoímãs contêm derrame de petróleo Próximo Texto: Panorâmica - Memória: José Reis é enterrado em São Paulo Índice
|