São Paulo, sexta-feira, 18 de maio de 2007

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HISTÓRIA

Cartas de Darwin vão para a internet

DA REDAÇÃO

"Pode ser uma delícia para quem se interessa, mas como eu gosto mais de mulheres solteiras do que daquelas no estado abençoado, eu declaro [isso] um tédio."
O rapaz que declina os supostos prazeres do casamento na frase acima é provavelmente a última pessoa que poderia ser chamada de playboy mulherengo: Charles Robert Darwin, pai da teoria da evolução das espécies pela seleção natural.
A carta, endereçada à irmã Caroline em abril de 1832 (escrita, por sinal, no Rio de Janeiro), é uma das 5.000 correspondências de Charles Darwin que estão à disposição na internet desde ontem.
O site Darwin Correspondence Project (www.dar winproject. ac.uk) é a primeira base de dados a reunir textos integrais das cartas que o naturalista inglês trocou com mais de 2.000 pessoas ao longo da vida.
Há correspondências de e para parentes (Caroline, irmã mais velha, era uma de suas maiores confidentes), amigos, como Charles Lyell, pai da geologia moderna, Thomas Huxley, maior defensor de Darwin, e Alfred Russel Wallace, co-descobridor da seleção natural.
Resultado de um esforço de dez anos para reunir e transcrever o acervo (mais de 14 mil cartas já foram localizadas) em formato digital, o site promete ser a fonte de muitas pesquisas sobre a trajetória intelectual de Darwin, e de algumas respostas sobre controvérsias históricas (como qual era de fato a posição do gênio britânico sobre a religião).
Mas, mais do que isso, dá vislumbres saborosos da vida pessoal do cientista -como uma carta, escrita aos 12 anos a um amigo não-identificado, na qual o jovem Charles confessa que só lava os pés uma vez por mês. "Não posso evitar", escorrega. (CA)


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