|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Cresce desmate em terra indígena no Acre
HUDSON CORRÊA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Houve um aumento de 255%
no desmatamento em terras indígenas do Acre, e 24,9% dos
271,8 mil hectares da floresta
nacional Bom Futuro, em Rondônia, estão devastados. Estes
são os dados de um "serviço de
inteligência" do Sipam (Sistema de Proteção da Amazônia)
implantado em unidades de
conservação e em áreas indígenas de Rondônia, Acre e Mato
Grosso.
Vinculado à Casa Civil, o Sipam divulgou ontem os dados
do Acre e em junho, os de Rondônia. O trabalho é serviço de
inteligência -segundo o diretor-geral do Sipam, Marcelo de
Carvalho Lopes- porque, além
dados sobre desmatamento ilegal, fornece relatório à Polícia
Federal e ao Ministério do
Meio Ambiente sobre pistas
clandestinas de pouso, atividades de mineração e presença de
madeireiras nas áreas.
Lopes diz que essa é a diferença do serviço de inteligência
para os levantamentos sobre
desmatamento já divulgados.
"Temos constatado a presença de pistas clandestinas e desmatamento na fronteira do Peru [país para onde sai madeira
extraída ilegalmente] no Acre",
afirmou Lopes.
A devastação em reservas indígenas e unidades de conservação atingiu no ano passado
2,5 mil quilômetros quadrados
(mais de uma vez e meia o tamanho da cidade de São Paulo).
O Ministério do Meio Ambiente diz que há falta de fiscais.
Daqui a uma semana, haverá
relatório sobre Mato Grosso. O
projeto é estender o "serviço de
inteligência" aos demais Estados da Amazônia.
De forma geral, o Sipam registrou redução no desmatamento em áreas de conservação em Rondônia e Acre, com
exceção do aumento nas terras
indígenas nesse último Estado.
O sistema comparou dados,
obtidos de agosto de 2005 a
agosto de 2006, com o mesmo
período de 2006 a 2007. O Sipam também usa informações
captadas pelos satélites, referentes a 2005, para chegar ao
total devastado nas áreas protegidas e reservas indígenas.
De uma área de 9,3 milhões
de hectares, em Rondônia, 260
mil hectares (2,78%) já foram
desmatados. Apesar da destruição na floresta nacional Bom
Futuro, invadida, houve redução do desmate nas áreas protegidas do Estado em 2007.
No Acre, de um total de 7,6
milhões hectares, 153,9 mil
(2%) estão devastados. O avanço ocorreu apenas nas áreas indígenas. Nelas, o desmatamento aumentou de 2,1 mil hectares, registrados em 2005/2006,
para 5,5 mil em 2006/2007. Segundo o Sipam, a destruição
ocorre pela agricultura familiar. Em Rondônia, a causa é o
comércio da madeira.
Texto Anterior: Amazônia: Remédio contra malária reduz efeito de antibióticos em índios Próximo Texto: Foco: Sonda mostra complexo de abismos em região de Marte que já teve água Índice
|