São Paulo, sexta-feira, 18 de agosto de 2006

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Índice de Massa Corporal é falho, afirma pesquisa

Grupo avaliou 40 estudos com 250 mil pacientes

DA REUTERS

O IMC (Índice de Massa Corporal), medida padrão da obesidade, tem falhas graves, e uma medida mais refinada precisa ser desenvolvida, afirmaram médicos dos EUA.
Em estudo publicado na edição de hoje da revista médica "Lancet" (lancet.com), os grupo da Escola de Medicina da Clínica Mayo relata que pacientes com baixo IMC tinham um risco maior de morrer de doença cardíaca do que pessoas com IMC normal. Ao mesmo tempo, pacientes acima do peso viviam mais e tinham menos problemas do coração que os com IMC normal.
O resultado aparentemente perverso, retirado de dados de 40 estudos com 250 mil pessoas no total, não sugere que a obesidade não seja um problema, mas sim que o IMC é grosseiro demais para ser confiável.
"Nossos dados sugerem que métodos alternativos podem ser necessários para caracterizar melhor indivíduos que realmente têm excesso de gordura corporal, em comparação com aqueles cujo IMC aumenta por conta de massa muscular", disse Francisco López-Gimenez, que liderou o estudo.
O Índice de Massa Corporal foi inventado entre 1830 e 1850. É uma medida de gordura do corpo calculada numa relação entre altura e peso. Um indivíduo com IMC abaixo de 18,5 é considerado abaixo do peso. De 18,5 a 24,9 normal; de 25 a 29,9, acima do peso, e acima de 30, obeso. Criado para ser um indicador geral de saúde, ele virou uma ferramenta-padrão de diagnóstico de risco de doença cardiovascular.
Em comentário ao estudo na "Lancet", Maria Grazia Franzosi, do Instituto Mario Negri, em Milão, disse que um estudo em 52 países comparando quatro testes -IMC, razão cintura-quadril, medida da cintura e medida do quadril- mostrou que a razão cintura-quadril era a melhor medida para avaliar risco de um ataque cardíaco. "O IMC pode definitivamente ser deixado de lado como medida de risco cardiovascular."


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